95% dos selecionados no Mais Médicos são de instituições brasileiras

De acordo com o Ministério da Saúde, das 3.177 vagas disponibilizadas nesta edição do programa

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selecionados no Mais Médico

Escrito por:

Karla Thyale Mota

No início do mês de agosto de 2024, diversos profissionais da área médica foram chamados para o 38º ciclo do programa Mais Médicos. De acordo com o Ministério da Saúde, das 3.177 vagas disponibilizadas nesta edição do programa, 95% dos selecionados no Mais Médicos são profissionais formados em instituições brasileiras.

Com recorde de inscrição, o edital deste ano contou com mais de 33 mil inscritos, um total de cerca de 10,4 profissionais por posto de trabalho, de acordo com informações da Agência Brasil. Dentre os inscritos, apenas 5% dos selecionados no Mais Médicos são brasileiros com formação no exterior.

Perfil dos inscritos

Conforme o edital de chamamento do Programa Mais Médicos, publicado em 1º de julho, os candidatos foram classificados em três perfis distintos, definidos pelo Ministério da Saúde, com base em suas qualificações e local de formação.

Confira abaixo o número de inscritos em cada perfil:

Perfil 1 – Médicos com Registro no CRM:

Este perfil inclui médicos formados em instituições de ensino superior brasileiras ou que revalidaram seu diploma no Brasil, possuindo registro no Conselho Regional de Medicina (CRM). O Perfil 1 foi o que atraiu o maior número de inscrições, com 15.699 candidatos. Desses, apenas 3.005 alcançaram a aprovação.

Perfil 2 – Médicos Brasileiros Formados no Exterior:

O segundo perfil abrange médicos brasileiros que concluíram seus estudos em instituições no exterior. Houve 13.467 inscritos neste perfil, mas apenas 171 alcançaram a aprovação no programa.

Perfil 3 – Médicos Estrangeiros:

Destinado a médicos estrangeiros com diplomas obtidos fora do Brasil, o perfil 3 contou com um total de 3.848 de candidatos inscritos. No entanto, apenas 5% selecionados no Mais Médicos.

Sistema de cotas

Pela primeira vez, a seleção do Programa implementou uma política de reserva de vagas afirmativas, destinada a pessoas com deficiência e grupos étnico-raciais.

Essa iniciativa atraiu mais de 3 mil inscrições. Dentre essas, 2,6 mil foram de candidatos negros, 34 de quilombolas, 70 de indígenas, e 382 de pessoas com deficiência.

Distribuição dos selecionados no Mais Médicos por região brasileira

De acordo com o Ministério da Saúde, o programa abrangeu todas as regiões brasileiras. Os estados de São Paulo, Rio Grande do Sul e Bahia receberão o maior número de médicos.

Em números absolutos, São Paulo foi o estado que mais recebeu profissionais, com 457 novos médicos. O Rio Grande do Sul recebeu 275, enquanto a Bahia ficou com  246 médicos.

Ao considerar a distribuição regional, o Nordeste se destacou como a região que mais recebeu novos médicos, totalizando 1.104 profissionais, representando 34,7% do total das alocações. Isso reflete a prioridade dada às regiões historicamente mais carentes de profissionais de saúde.

Confira a distribuição de novos médicos por região:

RegiãoNº de médicos
Nordeste1.104 (34,7%)
Sudeste853 (26,9%)
Sul664 (21%)
Norte381 (12%)
Centro-Oeste174 (5,4%)
Dados: Ministério da Saúde.

Programa avança, mas Brasil ainda sofre com carência de médicos

Embora o Nordeste tenha sido a região que mais recebeu médicos no programa, com 1.104 profissionais, a distribuição dos profissionais ainda apresenta desigualdades. Ao analisar os dados da distribuição dos médicos, o Sudeste (com 853 profissionais), apesar de possuir menos estados e, teoricamente, uma infraestrutura de saúde mais desenvolvida, recebeu apenas 251 médicos a menos que o Nordeste.

Ambas as regiões enfrentam desafios significativos na contratação de profissionais de saúde. Segundo dados do Painel da Educação Médica no Brasil, tanto o Nordeste quanto o Sudeste apresentam déficits preocupantes no coeficiente de médicos por 1.000 habitantes.

Quantidade de médicos por habitantes da Região Sudeste. Dados: Painel da Educação Médica.

O Sudeste, com uma população de mais de 84 milhões de pessoas, possui uma carência de aproximadamente 70% de médicos em relação ao número ideal de profissionais por habitante.

Médicos por habitantes da Região Nordeste. Dados: Painel da Educação Médica.

Já o Nordeste, embora tenha sido priorizado na distribuição dos novos médicos, continua a enfrentar uma carência ainda maior, com 92,29% de déficit para sua população de 54 milhões, revelando a necessidade de uma distribuição mais eficaz.

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