Nesta semana, o Ministério da Saúde (MS) lançou um edital que visa ampliar os programas de Residência Médica no Brasil, provocando um aumento no número de especialistas no terrível nacional. O MP expressou preocupação com o edital edital de Residência Médica.
De acordo com o MS, a ideia é um reflexo da Demografia Médica 2025 – um estudo realizado pela Associação Médica Brasileira (AMP) junto a Faculdade de Medicina da Universidade de São (FMUSP), e contou com o apoio do Ministério da Saúde – que apontou dados de uma má distribuição de especialistas no país, principalmente nas regiões do Sudeste (55,4%) e Norte (5,9).
A proposta apresentada pelo Ministério da Saúde gera preocupa o presidente da Associação Paulista de Medicina (APM), pois há o temor de que a Residência Médica enfrente os mesmos problemas já observados na graduação, com a formação de especialistas despreparados em instituições que carecem de infraestrutura adequada.
“Acredito que não é desta maneira que vamos preencher a lacuna da má distribuição dos médicos e da formação de especialistas qualificados. O que há de ser feito é um investimento maior na residência, contando com o apoio das sociedades de especialidades no credenciamento”, enfatizou.
Gonçalves defende que a Residência é a melhor e mais eficiente forma de capacitar os médios e formar especialistas qualificados. “Nós temos receio de que também haja uma abertura indiscriminada de Residências Médicas. Apesar de estar escrito no edital que serão em locais com estrutura, são hospitais pequenos, com movimento menor e, seguramente, com instalações hospitalares não adequadas à formação de um especialista que necessita de infraestrutura, de corpo docente qualificado e de um hospital que tenha tradição na formação médica,” destaca.
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Especialidades no edital como prioridade
O Ministério da Saúde divulgou no edital as especialidades prioritárias. São elas: Ginecologia e Obstetrícia, Medicina Intensiva Pediátrica, Pediatria; Radioterapia; Cirurgia Oncológica; Oftalmologia; Cardiologia; Neonatologia e outras. Antônio Gonçalves disse que deveria ser feita a inclusão de outras especialidades como Clínica Médica e Medicina de Família e Comunidade.
O médico reforça o compromisso da APM em denunciar Residências Médicas de capacitação duvidosa. “Eu sempre digo que competência não se presume, se afere. Esta é posição da APM e creio que seja da grande maioria das entidades médicas. Vamos estar atentos a este edital para ver quais serão os hospitais e Residências credenciados, fazendo o possível para preservar a prática da boa Medicina e da boa assistência à população.”
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