Conheça a história de Luiz Gustavo, potiguar de 19 anos aprovado em 1º lugar no curso de Medicina na UFRN e que não abre mão de um forró.
Fonte: Luiz Gustavo/Instagram
Forró, cervejinha e um… simulado? Esse era o método utilizado por Luiz enquanto se preparava para o ENEM que mudaria a sua vida.
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De onde veio a vontade de fazer Medicina?
Por vir de uma família de caminhoneiros, toda vez que alguém perguntava: “Luiz, o que você quer ser quando crescer?”, ele respondia: “caminhoneiro!”. Porém, foi no 5º ano do Ensino Fundamental que se deparou com um sentimento totalmente diferente. Luiz é apresentado à Medicina por meio de uma cirurgia de alto risco na coluna, à qual sua irmã precisou se submeter. Ele conta que a forma com que foi abordada a cirurgia, como o médico o tranquilizou, o tocou muito e, desde aquele momento o interesse pela profissão surgiu nele.
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Eu sendo eu
Na escola, sempre foi um aluno dedicado e esforçado – quer dizer, nem sempre… é claro que fazia bagunça, mas gostava de estudar. Fez um Ensino Médio de boa base, prestando seu 1º ENEM em 2017, apenas a nível de experiência. Ele diz que foi bem na prova e tirou uma boa nota, mas nada que não pudesse ficar melhor. A partir do 2º ano, fez matérias isoladas de redação e física num bom cursinho em sua cidade, a fim de solidificar os assuntos e ficar craque nessas áreas. Tão natural quanto WS num camarote, sua nota aumentou consideravelmente depois de ter focado nessas matérias, mas não o suficiente para ser aprovado. Isso alimentou suas esperanças de conseguir a tão sonhada aprovação no ENEM seguinte, que seria no último ano do Ensino Médio.
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Vida que segue
Como boa parte dos vestibulandos de Medicina, ou até mesmo como você, Luiz conciliou o 3º ano com o cursinho (dessa vez, focado nas matérias de ciências da natureza e redação, por serem as de maior peso na média ponderada da universidade que queria). Ele confessa que foi difícil e bastante puxado, maaas… bateu na trave. Luiz chegou bem perto de ser aprovado, mas acabou não conseguindo: “Oxe! Bola pra frente!”, ressalta. Ele reergueu a cabeça, juntou todas as suas forças e persistiu na busca do seu sonho.
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Sou mais forte
O ano de 2020 chegou e, com ele, algo bastante indesejável. Com a pandemia, os estudos, tanto os de Luiz, quanto de todo mundo, foram afetados e modificados drasticamente. Mesmo após a reprovação do ano anterior, ele seguiu no cursinho, pois foi o método que, finalmente, o permitiu ler: “Parabéns, você foi selecionado na chamada regular”, e eu sei que você também está louca ou louco para ler isso. O sentimento da aprovação é um dos sentimentos mais aguardados, senão o mais aguardado, na vida de todo vestibulando. Porém, para senti-lo, é necessário que você tenha força de vontade e determinação. Luiz conta que, quando você for aprovado, você vai ver como é bom, como é satisfatório, como dá um alívio. Ele estimula todos os seus amigos e amigas para que continuem tentando passar em Medicina na UFRN e não parar até conseguirem.
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Então ele estudava, tipo, 10 horas por dia?
Claro que não, criatura! Ele recomenda a todos que estudem a quantidade de horas que lhe forem possíveis, até porque o que importa é a qualidade do estudo, e não sua quantidade. Para ter um estudo produtivo, você precisa estar focado durante o processo: não adianta dizer que estudou 10 horas hoje, sendo que depois da terceira hora você já vai estar cansado e não absorver mais nada, entende?
“O povo acha muito que a gente tem que estudar não sei quantas horas para passar em Medicina, mas isso não existe não. Eu acho que o importante é fazer um estudo objetivo, […] você tem que estudar aquilo que você conseguir no dia.”
Além disso, um exercício super recomendado é focar nos simulados. Como ele já tinha uma ótima base dos conteúdos, a única coisa que lhe faltava era intimidade com as questões, portanto, nada melhor do que pôr em prática.
“É muito importante você ter uma estratégia e não chegar na prova sem ter nenhum conhecimento sobre ela. […] O bom do simulado é isso: você vê qual a melhor forma de se portar na prova.”
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Ele é ele, eu sou eu
Você já deve ter ouvido falar “não se compare com os outros” um milhão de vezes, mas essa é a coisa mais correta a se fazer. Cada um tem seu tempo de estudos ou um método que funciona melhor, até a preferência de caneta é diferente. Portanto, não adianta olhar para o coleguinha e tentar medir a sua evolução tendo como referência outra pessoa, isso não faz sentido.
“Embora eu tenha passado em primeiro, eu sou igual a todo mundo. Cada um tem seu jeito de estudar. Não fique se comparando: ‘ah, fulaninho se dedica mais que eu’. Talvez ele precise se dedicar mais porque ainda não tem os mesmos conhecimentos que você.”
Luiz destaca ainda a importância do apoio de forma bastante sólida. Ele afirma que o ambiente de estudos dele, ou seja, o cursinho, foi favorável para manter sua determinação, pois é importante compartilhar desejos e se sentir parte de um grupo onde todos têm a mesma finalidade.
“Eu acho muito importante que estejamos inseridos em um ambiente que esteja pensando igual a gente. O cursinho é bom porque você tem várias pessoas ao redor buscando o mesmo objetivo que você. […] É muito importante também o apoio da família. […] Em questão de estudo, meus pais sempre me incentivaram, porque eles não estudaram, ‘né’ não possuem formação universitária. […] Foi importante saber que eles acreditavam no meu potencial, qualquer coisa que eu precisasse, eu podia contar com meus pais.”
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Igual ela só uma
Óbvio que não podia faltar discutir sobre essa parte tão importante na trajetória da aprovação e que merece muita atenção, não só sua, mas de todos ao nosso redor. Mesmo ainda sendo um estigma para muita gente, cuidar da saúde mental é essencial para termos uma qualidade de vida agradável. Com Luiz não seria diferente. Ele conta que, nos dias em que ficava ansioso com a prova, ia dormir com o pai, pois é um costume desde pequeno e que o acalmava. Você também pode ter sua solução para reduzir a ansiedade e o estresse, mas é importante que procure um profissional qualificado caso as coisas não estejam sob controle.
“Cuide da sua saúde mental. Eu sei que o ENEM afeta muito a nossa cabeça, então, fique tranquilo. […] Se não tivesse dado certo daquela vez, não teria problema, bola ‘pra’ frente, tentaria de novo e não desistiria. Outra coisa é não desistir. […] O tempo é o seu tempo. Tem gente que vai precisar de mais 2 anos, 3 anos e tudo bem, é assim mesmo.”
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Ninguém segura eu
Luiz não só correu atrás do seu sonho na maneira conotativa da coisa. Ele, de fato, correu! Ele conta que, para se distrair e relaxar no seu tempo livre, fazia corrida ouvindo playlists de forró como todo bom nordestino. Até compartilhou a playlist conosco caso alguém aí possua o mesmo gosto que ele e queira conferir.
“Fazer corrida era minha válvula de escape, era o momento em que eu gastava energia e retirava todas as minhas angústias. […] E para fazer questões, dava para ficar ouvindo música, botava um Wesley Safadão da vida.”
Pois é, Luiz, melhor que atingir o resultado, é se divertir durante o processo. Para preservarmos nossa saúde e termos qualidade nos estudos, devemos equilibrar disciplina com autocuidado, tornando o caminho até a aprovação algo divertido e prazeroso. Portanto, se cuide e continue estudando, que a aprovação vem!