Os participantes que recorreram ao uso de ‘esqueleto de redação’ no Enem 2024 podem sofrer descontos na nota, conforme orientações do Inep. O órgão determinou que corretores penalizem textos que apresentem modelos pré-prontos ou repertórios socioculturais considerados forçados e desconectados do tema proposto.
A informação foi divulgada por corretores ouvidos de forma anônima pelo portal G1. Essas instruções foram repassadas durante os treinamentos presenciais realizados no sábado (23).
De acordo com os corretores ouvidos, a penalidade pode variar de 40 a 80 pontos por usar a ‘cola’. A Cartilha do Participante já alertava sobre a prática, destacando que o uso de “repertórios de bolso”, argumentos prontos frequentemente empregados pelos candidatos , poderia resultar em descontos na nota.
O Inep esclarece que o objetivo não é punir o uso de modelos de redação em si, mas sim os casos em que esses modelos não estejam adequados ao tema proposto, comprometendo a autenticidade e a coesão do texto.
Segundo o órgão, deverão ser penalizados:
- repertórios socioculturais “forçados, ou seja, sem ligação com o tema da redação;
- modelos pré-prontos dos textos que foram decorados ou copiados, que resultem em uma dissertação com ideias desconexas.
O repertório sociocultural é avaliado na Competência 2 da redação do Enem, que vale até 200 pontos. Essa competência mede a habilidade do estudante em utilizar referências relevantes na construção do texto. No entanto, essas referências, que podem incluir elementos da realidade ou da ficção, devem estar diretamente relacionadas ao tema proposto para garantir a coerência e a clareza da argumentação.
Para um bom repertório, é necessário:
- ser de uma fonte confiável;
- ter alguma utilidade na argumentação;
- bem desenvolvido durante toda a redação;
- ter a ver com o tema proposto pela banca.
Modelos de redação se tornam febre entre estudantes, mas podem prejudicar nota no Enem
Os chamados ‘esqueleto de redação’ no Enem, estruturas pré-formatadas com repertórios socioculturais prontos para uso, têm conquistado os estudantes que se preparam para o Enem. Esses modelos são vendidos como estratégias universais, capazes de adaptação a qualquer tema proposto na prova.
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Embora possam ser úteis em alguns casos, especialistas alertam que o uso indiscriminado desses modelos pode comprometer a nota dos participantes.
Principais riscos em usar modelos prontos
Usar os modelos prontos na redação do Enem pode ser vantajoso, mas também pode trazer riscos para os candidatos, como falta de originalidade, desconexão com o tema, soluções superficiais e prejuízo na argumentação.
O Enem valoriza a autenticidade do texto, se a banca identificar trechos decorados ou muito semelhantes a padrões amplamente difundidos, isso pode comprometer a competência de “domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa”.
Além disso, utilizar modelos prontos pode levar a propostas de intervenção genéricas, o que afeta negativamente a competência que avalia a apresentação de soluções viáveis, apresentando argumentos engessados, que não demonstram a capacidade crítica do candidato.
Como evitar esses perigos?
Para uma boa redação, o principal é treinar a escrita. Para isso, utilizar os modelos prontos pode ser uma alternativa para entender a estrutura, mas adaptando ao estilo e conhecimento.
Além disso, é importante estudar repertórios variados ao longo do texto, como dados históricos, citações, exemplos sociais e outros que possam ser aplicados de forma original no texto. Outro ponto importante é garantir que a redação responda diretamente ao tema e aos elementos apresentados nos textos motivadores.
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