O diretor-superintendente de Ensino do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, Alexandre Holthausen, criticou a cursos de Medicina mal avaliados pelo Ministério da Educação (MED). A opinião foi dada numa entrevista ao site Estadão.
O médico cardiologista fez uma afirmação direcionada ao funcionamento correto das instituições: “Tudo funciona à base de recompensa e punição,” disse.
Ele afirmou ainda que as avaliações negativas não têm valor se não leva a uma mudança de direção ou ação para corrigir o que está errado. “A gente tem de proteger o público porque, no fim, os alunos terão o que buscam, que é um diploma, e quem fica desassistido nessa história é o paciente,” finaliza.
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Avaliação cursos de Medicina
Quatro em cada dez cursos de Medicina tiveram média 4 ou 5, conforme avaliação do MEC. Os resultados foram divulgados em abril com media considerada ideal pelo CPC (Conceito Preliminar de Cursos). A nota máxima só foi alcançada por seis faculdades.
Ainda segundo Alexandre, o Enade (Exame Nacional de Desemprenho dos Estudantes) é insuficientes para medir a qualificação de médicos. O exame não contempla a formação humana e socioemocional, sem tempo suficiente para avaliar campos de estágio.
“Se tem um açougue vendendo carne sem higiene, é justo fechar esse açougue? Acho que é. Se tem alguém que vende material de construção e esse material está com baixa qualidade e as casas vão cair na cabeça das pessoas, é justo que esse sujeito seja impedido de vender o material de construção. Quando começa a fazer esses paralelos e olha o que significa ter um indivíduo num hospital, começo a achar que faz sentido esse tipo de coisa”, fundamentou o diretor sobre críticas a curso de Medicina mal avaliados.
Supervisão do MEC
O Ministério da Educação supervisiona ao longo de um ano as instituições que tiveram avaliações ruins. Se a instituição não superar as deficiências, medidas cautelares e punições serão aplicadas com a possibilidade da desativação do curso.
Recentemente, o MEC lançou um novo exame, o Enamed. Trata-se da junção do Enade e Enare que foram destituídos passando a ter como meta principal a medição da qualidade da formação médica no país de forma padronizada. O exame será aplicado anualmente para os médicos em formação que estiverem no último ano de graduação.
Por outro lado, o Exame de Proficiência também conhecido popularmente ‘OAB da Medicina’, é tipo de avaliação que será aplicada aos médicos já formados. Para isso, uma prova será realizada e, para exercer a profissão, os profissionais precisarão passar por essa prova.
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