O governo federal lançou, no último sábado (30), a construção do primeiro Hospital Inteligente totalmente integrado ao Sistema Único de Saúde (SUS) do país, que será localizado no Rio Grande do Sul. O Hospital Inteligente é uma unidade equipada com tecnologia avançada para gestão de dados, integração de sistemas e atendimento ágil aos pacientes. Ele permite monitoramento em tempo real, otimização de recursos e melhoria da experiência no SUS.
A assinatura do contrato contou com a presença do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, do diretor-presidente do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), Gilberto Barichello, do superintendente da Área de Soluções de Infraestrutura Social do BNDES, Ian Guerreiro, e da diretora de Programa da Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimento da Casa Civil, Mara Souza.
O investimento total previsto é de cerca de R$ 1 bilhão. O novo complexo unificará serviços atualmente oferecidos pelo Hospital Fêmina (HFE), Hospital da Criança Conceição (HCC) e Centro Obstétrico do Hospital Nossa Senhora da Conceição (CO-HNSC), além de incluir um Centro de Apoio ao Diagnóstico e Terapia (CADT).
Além da infraestrutura assistencial, a unidade contará com um centro de pesquisa e ensino batizado como Centro de Pesquisa e Ensino Luiz Fernando Veríssimo, em homenagem ao escritor gaúcho falecido recentemente. Segundo Padilha, a homenagem visa inspirar a formação e a pesquisa no hospital, conectando ciência e cultura local.
Entenda o que é um hospital inteligente
O conceito de hospital inteligente representa a fronteira da tecnologia aplicada à saúde pública. Esse modelo integra estrutura digital, inteligência artificial e ferramentas de saúde digital em todas as etapas do atendimento. No Brasil, poucas unidades operam nesse formato, mas o projeto do GHC surge como referência nacional.
De acordo com o ministro Alexandre Padilha, o projeto integra uma estratégia mais ampla de modernização da saúde pública, com financiamento do Banco dos BRICS e expansão do modelo para outras unidades do país. “Será um hospital totalmente digital, com inteligência artificial, saúde digital e conexão permanente com toda a rede do SUS”, afirmou.
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A nova unidade terá 531 leitos clínicos, cirúrgicos e de emergência, além de 150 leitos complementares. O número de salas cirúrgicas crescerá de 16 para 44, todas equipadas com tecnologia de ponta e suporte especializado.
Um prédio anexo abrigará atividades de ensino, pesquisa, administração e logística, incluindo heliponto para atendimentos críticos. A unidade terá foco em saúde da mulher, ciclo materno-infantil, infância e adolescência, incluindo cuidados intensivos neonatais, gestações de alto risco e procedimentos de alta complexidade, como cirurgias fetais e transplantes.
O projeto busca não apenas ampliar a capacidade do SUS, mas também garantir atenção humanizada ao parto e puerpério, além de cuidados integrados a gestantes e crianças com complicações graves.
Parceria Público-Privada
A iniciativa funcionará no modelo de Parceria Público-Privada (PPP). Toda equipe assistencial permanecerá vinculada ao GHC e ao SUS, enquanto a iniciativa privada ficará responsável pela construção da infraestrutura e pela administração dos serviços não assistenciais, como limpeza, alimentação, segurança e estacionamento.
Para o Ministério da Saúde, a parceria amplia a capacidade do SUS sem comprometer a assistência médica, garantindo que a população tenha acesso a serviços modernos e eficientes.
O contrato de estruturação, primeira fase do projeto, prevê investimento de R$ 3,4 milhões para estudos técnicos pelo BNDES ao longo de 24 meses. A previsão é que a obra avance rapidamente, consolidando o GHC como referência nacional em saúde pública e inovação.
Integração com ensino e pesquisa
O novo hospital vai fortalecer a missão do Grupo Hospitalar Conceição (GHC) como centro de excelência. Com laboratórios modernos e programas de pesquisa aplicada, o hospital permitirá que profissionais da saúde participem de estudos clínicos, desenvolvimento de tecnologias e treinamento avançado.
O investimento em educação e ciência pretende formar especialistas capacitados em medicina fetal, neonatologia e alta complexidade, elevando o padrão de atendimento do SUS e fortalecendo a produção científica nacional.
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