O Sudeste é a segunda menor região do Brasil em extensão territorial e a maior, incontestavelmente, quando o assunto é o número de escolas médicas, saindo na frente no quesito Medicina de excelência.
Dos 232 cursos de Medicina avaliados pelo Ministério da Educação no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2019, 97, ou seja, 41,8% estão concentrados nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo.
A quantidade é 64,4% maior que a da região Nordeste (59 cursos) e chega a ser 27% maior que a soma das regiões Norte, Sul e Centro-Oeste (76 cursos).
A quantidade é 64,4% maior que a da região Nordeste (59 cursos) e chega a ser 27% maior que a soma das regiões Norte, Sul e Centro-Oeste (76 cursos).
Mas, apesar da imponência de medicina de excelência, os resultados divulgados mostram que nem tudo são flores no Sudeste
O estado do Rio de Janeiro, por exemplo, onde a família real portuguesa fez morada no período do Brasil Colônia e construiu a primeira biblioteca do país, hoje não dispõe de um curso de Medicina de excelência sequer.
Isso mesmo! Dos 12 cursos do Sudeste que receberam nota cinco, conceito máximo atribuído pelo Inep/MEC, nenhum está localizado no Rio.
Na contramão das tradicionais instituições públicas, responsáveis por 92,3% dos cursos de medicina de excelência do país, segundo os dados mais recentes do Enade, a Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ –, detentora da segunda escola de Medicina mais antiga do Brasil, esbarrou nos conceitos 4, na Cidade Universitária, e 3, no campus de Macaé.
“ANÁLISE SOBRE QUALITATIVA SOBRE O DESEMPENHO DA UFRJ”, por Lucas do Vale
Públicas x privadas
Das 28 graduações em Medicina que atingiram o conceito máximo no Enade 2019, 42,8% estão no Sudeste. Levando-se em consideração que a região detém 41,8% do total de cursos avaliados no país, a proporção praticamente se repete.
Mas quem puxa os índices de excelência do Sudeste para cima são os estados de São Paulo, com seis notas 5, e Minas Gerais, com cinco cursos no mais alto patamar de qualidade.
Juntos, eles somam 11, das 12 melhores escolas médicas da região. Mas essa disparidade é natural, visto que SP e MG também reúnem 74, dos 97 cursos avaliados no Sudeste. No Rio de Janeiro são 18 e, no Espírito Santo, apenas cinco (com uma nota máxima).
Dentre os 12 cursos de medicina de excelência do Sudeste, somente um é de instituição de ensino superior privada: a graduação em Medicina da Universidade de Franca – Unifran –, localizada no estado de São Paulo.
Por outro lado, são das IES particulares todos os 16 cursos da região que receberam nota 2 ou 1 no Enade, conceito considerado insuficiente.
Mas a iniciativa privada é responsável por 58% das notas 4 registradas no Sudeste. 18 cursos, num universo de 31. Já entre as IES públicas, apenas quatro escolas médicas obtiveram nota abaixo de 4.
CONFIRA OS DADOS GERAIS DO SUDESTE
97 cursos avaliados
- 12 cursos com conceito 5 (apenas 1 privado);
- 31 cursos com conceito 4 (18 privadas);
- 38 cursos com conceito 3 (4 públicas);
- 16 cursos com conceito 2 ou 1 (todas privadas).