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“Médicos usam IA para focar no atendimento humano”, diz líder da Rede D’Or

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Profissionais afirmam que a inteligência artificial deve otimizar processos e fortalecer a relação com o paciente.

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Cada vez mais, médicos usam IA como aliada no consultório, não para substituir o trabalho humano, mas para simplificar tarefas burocráticas e acelerar processos. Ao liberar tempo de atividades administrativas, a tecnologia permite que os profissionais concentrem sua atenção no que realmente importa: entender o paciente, ouvir suas necessidades e oferecer um cuidado mais humano e personalizado.

O oftalmologista Daniel Araújo Ferraz, líder do setor de inteligência artificial da Rede D’Or, participou do Congresso Internacional de Cardiologia da Rede D’Or 2025, realizado no Rio de Janeiro entre os dias 7 e 9 de agosto. Ele explica que “a tecnologia pode deixar o atendimento médico mais humano, como era no início da prática médica”.

De acordo com Ferraz, “hoje, boa parte de uma consulta é consumida por processos burocráticos que as inteligências artificiais poderão assumir. Ainda assim, o médico é sempre o tomador de decisão final e deve concentrar-se em conhecer o paciente para adaptar o tratamento às suas necessidades”.

Durante o congresso, os profissionais de saúde ressaltaram que o uso dessas ferramentas deve ter como objetivo melhorar a prática clínica, sem substituir as decisões e a interação humana, que são funções exclusivas dos médicos e demais profissionais.

Daniel Araújo Ferraz, líder do setor de inteligência artificial da Rede D’Or

Tecnologia para aproximar médico e paciente

Angelina Camiletti, gerente de cardiologia da Rede D’Or, destaca que a medicina entrou na era 5.0, marcada pela união entre tecnologia e personalização do cuidado.

As tecnologias devem ser empregadas pensando na qualidade de vida dos pacientes. Foi assim com as cirurgias robóticas, por exemplo, e agora o é com as possibilidades de conexão e participação na vida dos pacientes. As IAs devem ser atalhos para nos aproximar das pessoas, não interlocutores que nos afastem dos pacientes

De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), no Brasil, doenças cardiovasculares matam uma pessoa a cada 90 segundos. Para Angelina, 70% desses casos poderiam ser evitados com mudanças no estilo de vida, reforçando a importância de equipes multidisciplinares e do acompanhamento contínuo, facilitado pelas ferramentas tecnológicas.

Médicos usam IA para integrar dados de dispositivos vestíveis, realizar consultas rápidas por telemedicina e agilizar a avaliação de exames.

Um exemplo prático é a criação de cenários com personagens para que pacientes percebam como mudanças de hábitos, como deixar de fumar ou tomar medicação regularmente, podem impactar a saúde a longo prazo.

Uso crítico e responsável

Apesar dos benefícios, especialistas alertam que médicos usam IA com responsabilidade. O médico e matemático Erito Marques lembra:

Temos trabalhos que já mostram um declínio cognitivo entre pessoas que passaram a delegar integralmente seus trabalhos a geradores de textos. Temos que entender nosso papel: se as IAs avançam com cavalos, é preciso que sejamos jóqueis para trazer racionalidade e responsabilidade nestes usos. Somos os curadores do que as máquinas produzem.

Além disso, o cardiologista Ronaldo Altenburg Gismondi, também do D’Or e professor da UFF, reforça:

A postura de jóquei exigida de médicos e também de pacientes ao lidar com as IAs deve ser assumida desde o primeiro comando, que sinaliza o que queremos que os geradores de textos executem.

Além disso, Erito alerta sobre o impacto ambiental: “Não agradeçam, gasta água demais aquele de nada”, referindo-se aos servidores que mantêm os processadores funcionando. Assim, médicos que usam IA também devem se preocupar com sustentabilidade e exigir responsabilidade dos provedores de tecnologia.

Com uma abordagem crítica e consciente, a inteligência artificial se torna uma aliada poderosa, permitindo que médicos usem IA para reduzir burocracia, otimizar processos e, acima de tudo, reforçar a relação humana no atendimento ao paciente.

IA pode substituir os médicos?

Em entrevista ao comediante Jimmy Fallon, no programa The Tonight Show da NBC, o cofundador da Microsoft,  Bill Gates afirmou que, com o avanço da inteligência artificial, será possível ter conselhos médicos gratuitos e amplamente disponíveis na internet dentro da próxima década. De acordo com ele, a tecnologia poderá ajudar a resolver problemas como a falta de médicos em várias regiões.

Gates também destacou que a IA tornará desnecessária a presença humana em grande parte das tarefas, mas alertou para as incertezas sobre o impacto disso no mercado de trabalho. Para ele, a questão não é apenas tecnológica, mas também social e econômica, já que será preciso repensar a rotina profissional diante dessa transformação.

Bill Gates, cofundador da Microsoft

Vale lembrar que a Microsoft anunciou recentemente o AI Diagnostic Orchestrator (MAI-DxO), um sistema de inteligência artificial capaz de diagnosticar doenças complexas com taxa de acerto de 85,5% em testes, superando médicos humanos.

A ferramenta simula um painel de especialistas virtuais, conversa com pacientes e sugere exames, operando de forma eficiente até mesmo com orçamentos limitados. De acordo com a empresa, o recurso pode reduzir custos e ampliar o acesso a diagnósticos, sem substituir o papel humano nas decisões clínicas.

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