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Mulheres lideram o crescimento da Medicina em São Paulo: em 2025 elas representam 52,2% dos profissionais

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De acordo com dados da Demografia Médica no Estado de São Paulo 2026, as mulheres mostram crescente presença na medicina, principalmente em áreas de cuidado à longo prazo.

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Pela segunda vez consecutiva, mulheres passam a ser maioria na distribuição de médicos no estado de São Paulo. De acordo com os dados da Demografia Médica do estado de São Paulo de 2026, lançado na última quarta-feira (10), mulheres médicas ultrapassam, em 2025, a quantidade de 100 mil – são cerca de 8 mil a mais profissionais em relação aos homens.

Essa foi a primeira vez que as mulheres ultrapassaram o sexo masculino em mais do que algumas centenas. Há muito tempo, os homens permaneciam a frente na quantidade de médicos no país, sempre acima dos 50%. No entanto, em 2024, já se mostrava uma sutil mudança na diferença quantitativa de profissionais: eram 93.790 mulheres e 93.416 homens.

No geral, o número de médicos no estado de São Paulo cresceu aproximadamente 120%. Intercalando entre 2016 e 2025, cerca de 79,2 mil novos profissionais surgiram no estado. E sendo, somente nos últimos 5 anos (de 2020 a 2025), mais de 50 mil médicos registrados. As mulheres permaneceram, datada dessa mesma época, crescendo absolutamente na categoria.

Presença feminina é maioria na Medicina paulista

A Demografia analisou os últimos dezesseis anos, detalhando a quantidade e porcentagem das médicas no país. Conforme a linha do tempo apresentada, a participação feminina na Medicina cresceu continuamente durante os últimos anos, especialmente quando se verifica os números a partir de 2015.

Até o início dos anos 2010, as mulheres representavam uma parcela minoritária de profissionais no estado. No entanto, com a expansão do acesso ao ensino superior e a variedade de cursos de Medicina que surgiram no estado de São Paulo, esse fato se transformou em apenas história, não mais em realidade.

Em 2023, as mulheres representavam menos da metade dos profissionais (48,6%); em 2024, estavam lado a lado com os homens (50,1%); e agora, em 2025, ultrapassaram e tornaram-se a grande maioria (52,2%). Esse quadro evolutivo mostra que, em apenas 3 anos, o perfil da profissão mudou.

De acordo com a demografia, se o ritmo de crescimento permanecer como está, o sexo feminino pode chegar a representar quase 70% dos médicos em dez anos. No crescimento geral, a projeção é de mais de 300 mil médicos em SP.

Reprodução: Demografia Médica do estado de São Paulo 2026

Mulheres impulsionam crescimento histórico da Medicina em São Paulo

Enquanto as mulheres ganham um ritmo mais acelerado de crescimento , os profissionais do sexo masculino continuam crescendo de forma lenta e estável, conforme pode ser observado na tabela abaixo.

Reprodução: Demografia Médica do estado de São Paulo 2026

Esse dado mostra que a entrada de mulheres no campo da Medicina vem acontecendo de forma mais intensa nas últimas décadas, impulsionada pela crescente presença feminina nos cursos de graduação. Elas já são 65% dos estudantes que compõem as salas de aula em São Paulo.

Alinhado a isso, a faixa etária também contribui para esse crescimento. Atualmente, apenas 25,9% dos médicos possuem 55 anos ou mais. Em 2025, a média de idade das médicas é de 41,8 anos, significativamente menor do que a dos médicos homens (47,3 anos), indicando um perfil mais jovem e crescente entre as profissionais femininas. 

No entanto, apesar do predomínio, a presença das mulheres não é homogênea em todas as áreas. Das 55 áreas de especialidades, as mulheres são maioria em 22 e chegam até a representar, em algumas delas, mais de 60%.

São Paulo versus Brasil: o que os números revelam

Os dados de projeção do estado de São Paulo não estão muito longe dos oferecidos pela Demografia Médica no Brasil. De acordo com o documento, no país, em 2035, a maioria dos profissionais em Medicina serão compostos por mulheres. A projeção é de que o número chegue a representar cerca de 55,7%.

Atualmente, o amplo cenário nacional tem o sexo masculino como maioria dos profissionais (50,9%). No entanto, a quantidade não parece ser muito quando comparada a porcentagem do sexo feminino (49,1%), que continua com crescimento constante.

Os números também parecem semelhantes quando observamos a porcentagem de mulheres estudantes nos cursos de Medicina no Brasil. Assim como no estado de São Paulo, mulheres são maioria nas salas de aula, representando mais de 60% dos estudantes.

O acesso expandido, assim como a criação de dezenas de instituições de ensino em Medicina permitiram que as mulheres, antes segmentadas em um espaço curto, agora pudessem estudar e exercer uma profissão que majoritariamente era composta por homens.

Impactos da feminização da Medicina

A feminização da Medicina em São Paulo tem implicações diversas, tanto nos estudos quanto nas formações médicas. De acordo com a Demografia, o aumento feminino se conecta com o rejuvenescimento da profissão. Essa proporção de médicas cada vez mais jovens ajuda na queda da média de idade dos profissionais.

O caminho que leva a predominância das mulheres na área médica começa na formação. Uma vez que a presença delas é considerada maioria, sua maior representação no atendimento público também será. Principalmente em especialidades com uma forte tendência de cuidado a longo prazo, como Ginecologia e Obstetrícia.

Esse padrão reflete tanto preferências pessoais quanto barreiras institucionais que moldam as escolhas profissionais ao longo do tempo. De fato, existem mulheres em áreas que são mais consolidadas entre os homens, mas nessas elas ainda são a minoria, como Cardiologia (36,3%) e Cirurgia Cardiovascular (11,2%).

Futuro da Medicina Paulista

Os dados da Demografia Médica no Estado de São Paulo 2026 confirmam uma mudança estrutural e acelerada no perfil da Medicina paulista. Em três anos, o estado passou de uma situação de quase equilíbrio entre homens e mulheres para uma maioria feminina consolidada e crescente.

No entanto, apesar da maioria numérica, a presença feminina ainda é desigual em especialidades e remuneração. Mesmo que os dados sobre remuneração não estejam detalhados no documento, ainda é uma observação que deve estar entre as discussões sobre o futuro médico do estado.

Mas, seguindo os dados fornecidos e as projeções futuras, a Medicina paulista caminha para um perfil cada vez mais numeroso, jovem e feminino. A tendência é de ampliação das mulheres tanto em áreas de atendimento quanto na de conhecimento. Mais do que uma mudança nos números, o estado de São Paulo está passando por uma transformação caracterizada pelas mulheres.

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