Já pensou em como é feita uma categorização de doenças? “Se eu for diagnosticado com uma doença aqui no Brasil mas na Alemanha ela tem um nome diferente? Vai ter confusão?” A resposta é: NÃO. A Classificação Internacional de Doenças é um conjunto de códigos que servem para catalogar e categorizar as doenças a nível mundial. Vou te dar um exemplo para ficar mais fácil de entender: No Brasil nós falamos “cachorro”, mas nos Estados Unidos nós falamos “dog”. Duas palavras diferentes para o mesmo significado, né? Mas o nome científico do animal é Canis lupus familiaris, independente do local. Entendeu o ponto?
A Classificação Internacional de Doenças serve para facilitar a linguagem entre as comunidades médicas, estabelecendo uma linguagem comum entre os profissionais. A CID engloba:
- Doenças;
- Sintomas;
- Queixas;
- Causas externas;
- Sinais;
- Aspectos anormais;
- Circunstâncias sociais.
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História
A criação da CID foi uma iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1893. Antes disso, o catálogo de doenças possuía um outro nome… era chamado de Lista Internacional das Causas de Morte.
De acordo com a Academia Médica, Na Inglaterra do Séc.XVI era apresentado semanalmente as causas de morte em Londres. Isso se deu até o final do século quando Florence Nightingale, chefe e treinadora de enfermeiras durante a Guerra da Crimeia, destacou a importância da coleta de dados estatísticos das doenças. Na mesma época, o estatístico francês Jacques Bertillon criou a Lista Internacional das Causas de Morte. Em 1948 a lista passou a ser responsabilidade da Organização Mundial da Saúde e passou a se chamar Classificação Internacional de Doenças.
No site da OMS a CID(1948) é considerada a 6° edição:
- 6ª Revisão em vigor 1948 adotado em 1948
- 7ª Revisão em vigor 1 de janeiro de 1958 adotado em maio de 1956
- 8ª Revisão em vigor 1 de janeiro de 1968 adotado em maio de 1966
- 9ª Revisão em vigor 1 de janeiro de 1979 adotado em maio de 1976
- 10ª Revisão em vigor 1 de janeiro de 1993 adotado em maio de 1990
- 11ª Revisão em vigor 1 de janeiro de 2022 adotado em maio de 2019
A criação dessa “ferramenta” médica reduziu consideravelmente os transtornos causados pela má tradução de patologias.
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A CID sofre alterações de tempos em tempos e atualmente está na sua 11º edição. Para ter noção, a CID 10 apresenta cerca de 14,4 mil códigos catalogados, enquanto a cid 11 possui mais de 55 mil códigos. Essa última atualização teve mudanças consideráveis, como:
- A inclusão da Síndrome de Burnout: Esgotamento físico e mental decorrente de estresse;
- Ampliação do Transtorno do Espectro do Autismo: Doenças como Síndrome de Rett, Síndrome de Asperger, transtorno desintegrativo da infância e transtorno com hipercinesia agora fazem parte do Espectro Autista.
- Inclusão do “distúrbio em jogos eletrônicos”: Esse distúrbio está classificado como padrão de comportamento persistente ou recorrente.