O Ministério da Educação publicou no Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira, a Portaria 411/21,que institui Grupo de Trabalho para discutir a atualização do Exame Nacional do Ensino Médio – Enem e do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos – Encceja. O objetivo é atualizar e modernizar os exames, buscando alternativas para redução de gastos
O Grupo de Trabalho será composto por representantes:
I – da Secretaria-Executiva – SE;
II – da Secretaria de Educação Superior – Sesu;
III – da Secretaria de Educação Básica – SEB;
IV – da Secretaria de Modalidades Especializadas de Educação – Semesp;
V – da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica – Setec;
VI – do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – Inep;
VII – do Conselho Nacional de Educação – CNE;
VIII – do Conselho Nacional de Secretários de Educação – Consed; e
IX – da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação – Undime.
Durante sua participação no XIII Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular, transmitido on-line em maio de 2021, a presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), Maria Helena Guimarães de Castro, afirmou que o modelo atual do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é “ultrapassado” — tanto no conteúdo quanto na logística de aplicação.
“O Enem atual só existe na China e no Brasil. Nem Estados Unidos, nem Rússia, nem Índia: nenhum país extremamente populoso tem exame em um dia só, que mobiliza Exército, FAB [Força Aérea Brasileira], 6 milhões de provas impressas, [contratação de] aplicadores”, diz. “É uma operação gigantesca que não faz sentido num mundo conectado à internet.”
Ela sugeriu os seguintes pontos:
- aplicação 100% digital, para evitar os gastos com transporte e impressão da prova;
- frequência maior, de duas a três vezes ao ano;
- adaptação das matérias cobradas, para que fiquem compatíveis à Base Nacional Comum Curricular (BNCC), documento que estipula o mínimo a ser ensinado nas escolas.
“É preciso adaptar o novo Enem às novas matrizes da BNCC. A prova atual é um conjunto de conteúdos que não fazem sentido para um Congresso que está discutindo empreendedorismo, temas transversais e competências do século XXI, como criatividade e trabalho em equipe”, diz.
“O modelo atual é absolutamente superado, seja nos conteúdos avaliados ou na logística gigantesca e caríssima.”
A partir de hoje, o grupo tem até seis meses para para discutir as mudanças e concluir os trabalhos.
Mudanças já em curso
Na edição de 2020, houve a estreia do formato digital, restrita apenas a uma pequena parcela de candidatos (96.086, com taxa de abstenção de 71,3%). Segundo o Inep, a ideia é que a prova seja 100% informatizada até 2026.
Além disso, o chamado “Enem seriado” ocorreria por meio do novo Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Neste modelo, alunos do ensino médio são avaliados ao fim de cada ano escolar. A nota final é uma média de desempenho nas provas de cada um dos três anos do ciclo. No entanto, a aplicação do Saeb em 2021 ainda está em discussão.
E o Encceja?
O Encceja é voltado para adultos que não concluíram os estudos na idade correta e que buscam um “diploma” que comprove que eles têm conhecimentos equivalentes ao ensino fundamental ou ao ensino médio.
Dependendo da pontuação na prova, podem conseguir o “diploma”.