Com base na metodologia Full-Time Equivalent (FTE), que ajusta a contagem de profissionais pela carga horária efetivamente trabalhada, é possível obter uma medida mais precisa da disponibilidade de médicos no país.
Segundo os dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) de agosto de 2025, o Brasil conta com 2,72 médicos por mil habitantes, resultado que reflete a oferta ajustada pela dedicação em tempo integral.
A distribuição de médicos no território brasileiro apresenta fortes disparidades regionais. As regiões Sul e Sudeste concentram as maiores proporções de médicos por mil habitantes, 3,17 e 3,16, respectivamente, enquanto o Norte (1,75) e o Nordeste (2,01) registram os menores indicadores. O Centro-Oeste possui uma relação de 2,99 médicos por mil habitantes.
Em nível estadual, o Distrito Federal apresenta a maior relação, com 4,62 médicos por mil habitantes, seguido por estados da região Sul, Rio Grande do Sul (3,42) e Santa Catarina (3,31) e, na região Sudeste, São Paulo (3,29) se destaca com o maior valor.
De acordo com dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) de 2024, que abrange o mercado formal de trabalho, as remunerações médias dos médicos nos estados com maior densidade médica são apresentadas a seguir:
Unidade da Federação | Relação Médicos / mil hab. | Remuneração Média (R$) |
Distrito Federal | 4,62 | 14.874 |
Rio Grande do Sul | 3,42 | 20.322 |
Santa Catarina | 3,31 | 12.391 |
São Paulo | 3,29 | 15.238 |
Brasil (média formal) | 2,72 | 13.622 |
Vale ressaltar que esses valores se referem apenas ao mercado formal, sendo provável que a renda total da categoria seja superior, considerando a atuação autônoma e múltiplos vínculos.
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Ao analisar a distribuição intrarregional, observa-se uma forte concentração nas capitais, que contam com melhor infraestrutura hospitalar e maior disponibilidade de serviços especializados.
No interior do Brasil, o número de médicos por mil habitantes tende a ser consideravelmente menor, reforçando o desafio da distribuição equitativa de recursos humanos em saúde. Atualmente, a relação é de 4,55 médicos por mil habitantes nas capitais, contra 2,18 no interior.
O mapa a seguir ilustra a distribuição municipal de médicos por mil habitantes, permitindo identificar os padrões de concentração regional existentes em diferentes partes do país.

Conheça o colunista:

O colunista Júnior Lemos é Economista, Mestre pela Universidade Federal de Sergipe, Cientista de Dados, com atuação em temas ligados a Políticas Públicas.
Possui experiência em análise de dados, inteligência de mercado e elaboração de relatórios gerenciais, com domínio de ferramentas como Power BI e STATA.
Além disso, também atua em projetos relacionados a finanças públicas e educação e, atualmente, é Coordenador do Observatório de Política Econômico-Fiscal na Secretaria de Estado da Fazenda de Sergipe.