Radar Hospitalar: o papel do diagnóstico na gestão da saúde

Summit Abramed 2025 destaca o diagnóstico como pilar estratégico para inovação, sustentabilidade e gestão eficiente na saúde.

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Especial Hospitalar: Summit Abramed debate diagnóstico como ponto de partida para a gestão da Saúde

Escrito por:

Danylo Rodrigues
Estagiário em Jornalismo

O Summit Abramed 2025 teve início com a fala institucional de Milva Pagano, diretora-executiva da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), que também conduziu o primeiro painel do evento, intitulado “A Importância do Diagnóstico na Gestão da Saúde”.

O debate reuniu Cesar Nomura, presidente do Conselho de Administração da Abramed; Paula Campoy, presidente da Aliança para Saúde Populacional (ASAP); Gustavo Campana, diretor médico do DB Diagnósticos; e Ademar Paes Júnior, membro do Conselho de Administração da Abramed.

O painel abordou a necessidade de integrar o diagnóstico à gestão estratégica da saúde, destacando desafios como a sustentabilidade do setor, a importância da interoperabilidade de dados e a valorização do papel dos profissionais de saúde.

Durante sua participação, Milva destacou a importância de desfragmentar o olhar sobre o diagnóstico na gestão da saúde, ressaltando que ele precisa ser encarado como um elemento estruturante na jornada de cuidado.

Na sequência, chamou a atenção para um dos principais desafios do setor: mensurar desfechos clínicos a partir de dados integrados que comprovem o valor estratégico da Medicina Diagnóstica para o sistema de saúde.

Sustentabilidade e inovação como pilares da Medicina Diagnóstica

Na sequência, Cesar Nomura enfatizou que a sustentabilidade e a qualidade da Medicina Diagnóstica dependem diretamente da inovação e da automação. Segundo ele, foi a capacidade de inovar que impulsionou o setor até aqui e será esse mesmo fator que garantirá seu avanço.

“Nossa responsabilidade é seguir investindo em tecnologia e qualidade para manter o protagonismo da Medicina Diagnóstica na sustentabilidade do sistema de saúde”, afirmou.

Para o executivo, as associações ocupam posição estratégica ao buscar o equilíbrio entre os diferentes interesses do setor e impulsionar soluções colaborativas e sustentáveis.

O papel transformador dos dados em exames laboratoriais e de imagem

Gustavo Campana reforçou o potencial transformador dos dados obtidos por meio dos exames laboratoriais e de imagem. Na avaliação dele, o setor precisa superar a fragmentação e caminhar para um modelo de saúde mais coordenado, em que a Medicina Diagnóstica atue como eixo estratégico.

“Só assim poderemos impactar positivamente os desfechos clínicos e financeiros”, afirmou. Campana também destacou que a Inteligência Artificial só gerará benefícios reais se integrada a bases de dados robustas, interoperabilidade eficiente e métricas bem definidas.

Ademar Paes Júnior lançou uma crítica direta ao setor. Segundo ele, apesar de os exames responderem por 17% a 18% dos custos assistenciais das operadoras, os dados gerados continuam pouco explorados para embasar estratégias de saúde populacional, precificação dos planos e fortalecer o papel do diagnóstico na gestão da saúde.

“Seguimos guardando informações valiosas sem transformá-las em inteligência aplicada para melhorar a eficiência do sistema”, afirmou. Segundo ele, os laboratórios precisam se posicionar de forma mais ativa, desenvolvendo setores de dados que transformem informações clínicas em ferramentas que aprimorem decisões, contratos e políticas de saúde.

Para finalizar o painel, Paula Campoy, presidente da ASAP, sublinhou que o diagnóstico na gestão da saúde representa antecipação, pois permite avaliar o risco da população, personalizar o atendimento e garantir o protagonismo do paciente. Ela reforçou que é preciso resgatar o propósito da saúde no país, cuidar das pessoas, e que o diagnóstico é a porta de entrada para esse caminho.

Paula chamou atenção para a limitação da visão de curto prazo nas decisões assistenciais e sublinhou a importância dos exames normais, que ajudam a evitar tratamentos desnecessários. “Não é o custo de realizar o exame, mas o custo de não realizá-lo”, concluiu.

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