A síndrome de burnout é uma doença que atinge várias pessoas e afeta não somente a saúde mental, como também a saúde física.
Você acorda totalmente cansado, até porque seu despertador só te deixou dormir 3 horas e 45 minutinhos. Toma aquele café reforçado (se não não tem como aguentar o dia). Pega seu ônibus lotadíssimo e tá tudo bem! Você chega no trabalho e já tem mil e uma demandas para você fazer Todos consumiram seu juízo e agora você quer ser “produtivo a todo custo” nem que isso signifique não descansar nenhum pouquinho. E tá tudo bem! Sua cabeça tá um caos depois de ter feito tanta coisa, mas é só tomar um remedinho que passa, né? Ignora esse olho piscando aí e vamos pra luta! O expediente acaba e você tá só o bagaço… mas tem que enfrentar o round 2 na faculdade.
Trabalhos e mais trabalhos para serem entregues no prazo… Tá tudo bem? Você precisa focar nessa matéria mas sua cabeça tá uma bagunça da correria do trabalho (é só tomar outro remédio e um cafezinho que tá novo em folha). Você sai da faculdade… pega outro ônibus lotado. Seu corpo tá doendo feito lutador de Boxe que apanhou em todos os rounds. Você está morrendo de sono. Você não consegue dormir. Já é madrugada e você está se remexendo na cama. Põe o despertador e começa o ciclo tudo de novo… “ O despertador tocará em 3 horas e 45 minutos”… Você tenta respirar e mal consegue… volta e meia você tem umas mini crises de ansiedade, né? Então… deixa eu te contar uma coisinha… NÃO TÁ NADA BEM!!
Saúde Mental
O cenário apresentado faz parte da rotina de uma pessoa com a síndrome de burnout, ou como é amplamente conhecida, com síndrome do esgotamento profissional, que além de ter o esgotamento como centro da questão expõe ou traduz o comportamento da sociedade do desempenho.
A síndrome de burnout é uma doença que atinge várias pessoas e afeta não somente a saúde mental, como também a saúde física. O principal efeito da doença é o estresse excessivo, mas comumente está ligado a outros sintomas.
No dia 1 de janeiro de 2022 a síndrome de burnout foi oficializada como “doença do trabalho não tratada” e entrou para a CID 11 (Classificação Internacional de Doenças). Inclusive tem matéria sobre a CID aqui no nosso portal:
Classificação Internacional de Doenças. Conheça a CID
Segundo a psicóloga Anir Oliveira, vários fatores ligados ao trabalho são responsáveis por desencadear a síndrome, como: sobrecarga de trabalho, metas inatingíveis, condições inadequadas, baixo reconhecimento, conflitos entre a equipe, medo do desemprego, má remuneração, demandas excessivas e ambiente tóxico.
Síndrome de Burnout no trabalho
Não é atoa que a rotina de trabalho seja a causadora de grandes crises de estresse, incluindo o Burnout. O cenário brasileiro é um dos mais caóticos do mundo. Segundo a Empresa de consultoria financeira Austin Rating, o Brasil ocupa o 4° lugar no ranking de desemprego e um levantamento feito com 40 países.
O medo da incerteza na busca por empregos faz com que muitas pessoas acabem se submetendo ao estresse para manter seus trabalhos. Segundo uma matéria da Associação Nacional de Medicina no Trabalho, com o mercado de trabalho cada vez mais competitivo e o alto índice de demissões no país, os profissionais sentem uma cobrança diária por melhores qualificações e bons resultados. Por sentirem-se pressionadas, as pessoas assumem altas cargas de trabalho para superar as expectativas das empresas”
O cenário da saúde mental no Brasil colabora bastante para a instabilidade emocional, principalmente na pandemia, e consequentemente aumentando as chances de desenvolver burnout. Segundo uma pesquisa realizada pela USP (Universidade de São Paulo), o Brasil é o país que apresentou os maiores índices de ansiedade e depressão desde o início da pandemia da covid-19
Tem como se livrar do Esgotamento? dizer não é dizer sim
Primeiramente, o diagnóstico deve ser feito por um profissional qualificado como psiquiatra e psicólogo. “Existem três pilares na síndrome de Burnout. O primeiro está relacionado à exaustão emocional, que diz respeito à falta de energia para desenvolver atividades. O segundo é sobre a despersonalização, quando existe um desapego afetivo e distanciamento de si mesmo através da indiferença. O terceiro pilar é ligado à baixa realização profissional, relacionado aos medos e pontos negativos do âmbito profissional.” Relata a psicóloga Anir Oliveira.
Um dos pontos fundamentais para o tratamento da síndrome é a prática de exercícios físicos, onde se pode liberar a tensão dos músculos. Aproveitar os momentos de lazer para recarregar as energias e investir em atividades que não exigem cobranças.
A saúde mental é a base para o bem-estar e por isso deve ser priorizada. Esteja sempre em primeiro lugar.
