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As especialidades médicas menos conhecidas, mas necessárias

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Conheça as especialidades médicas menos conhecidas, mas fundamentais para a saúde pública e o mercado médico brasileiro em 2025.

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Quando se fala em carreira médica, as imagens mais comuns costumam girar em torno de hospitais movimentados, cirurgias de alta complexidade e prontos-socorros lotados. Entretanto, o campo da Medicina vai muito além dessas representações, abrigando também especialidades médicas menos conhecidas, mas essenciais para o funcionamento da sociedade e a promoção da saúde coletiva.

Existem especialidades essenciais para a sociedade que, por falta de divulgação, permanecem invisíveis para o grande público, e até para estudantes de Medicina. Entre elas, destacam-se a Medicina do Trabalho, a Medicina Legal e áreas menos conhecidas, porém estratégicas para o bem-estar coletivo.

Medicina do Trabalho: onde a saúde encontra o ambiente corporativo

A Medicina do Trabalho cuida da saúde física e mental dos trabalhadores, fiscalizando as condições de segurança e prevenção de doenças ocupacionais. Apesar disso, o Brasil enfrenta uma dura realidade: a subnotificação de acidentes leves e de distúrbios psicossociais.

Levantamentos recentes revelam que a maioria dos Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) não contempla ações efetivas contra o burnout, a depressão e os riscos emocionais. De acordo com estudos publicados na Revista Brasileira de Medicina do Trabalho, frigoríficos e fábricas mantêm registros inconsistentes de problemas de saúde entre os funcionários.

Segundo a Demografia Médica no Brasil 2025, o país conta atualmente com 17.714 médicos especialistas em Medicina do Trabalho, o que representa 3,7% do total de especialistas registrados no Brasil. Contudo, mais de 70% desses profissionais possuem 55 anos ou mais, evidenciando um sério desafio de renovação geracional na área.

Outro campo indispensável, mas pouco discutido, é a Medicina Legal. Ela realiza perícias médicas e laudos que orientam decisões judiciais, atuando muito além das necropsias tradicionais.

Atualmente, a Medicina Legal inclui áreas como Antropologia Forense, Toxicologia Forense e Sexologia Forense, atuando na identificação de vítimas, análise toxicológica e investigação de crimes sexuais.

De acordo com a Demografia Médica no Brasil 2025, existem 1.868 especialistas em Medicina Legal e Perícia Médica no país, o que equivale a 0,4% do total de médicos especialistas brasileiros. Mesmo com crescimento expressivo, em 2011 eram apenas 267 profissionais, a especialidade permanece pequena, e 60,2% desses médicos têm mais de 55 anos, o que também sugere risco de carência futura de peritos médicos qualificados.

Especialidades médicas menos conhecidas e em expansão

Enquanto a maioria dos recém-formados se concentra em áreas como Clínica Médica (59.038 especialistas, ou 12,4% do total), Pediatria (47.787, ou 10%) e Ginecologia e Obstetrícia (35.528, ou 7,4%), outras especialidades ganham relevância diante das necessidades atuais.

A Genética Médica, por exemplo, atende famílias com histórico de doenças hereditárias e cresce na era da medicina personalizada, mas conta com menos de mil especialistas no Brasil. O mesmo ocorre com a Medicina Nuclear, que tem 800 especialistas, ou apenas 0,2% do total nacional, mesmo sendo estratégica para diagnóstico e tratamento de doenças oncológicas e cardíacas.

A Medicina Física e Reabilitação, com 792 especialistas registrados, assume importância diante do envelhecimento populacional e do aumento de vítimas de acidentes e doenças incapacitantes.

Ainda pouco difundidas, especialidades como Medicina do Sono, Cuidados Paliativos, Medicina de Tráfego (com 8.291 especialistas, ou 1,7% do total) e Medicina Tropical enfrentam desafios na formação de profissionais, baixa oferta de residências e ocupação de vagas, mesmo com alta demanda, sobretudo em regiões Norte, Nordeste e periferias de capitais.

Por que essas áreas merecem mais atenção?

O avanço tecnológico, as mudanças no mercado de trabalho e os novos desafios sociais exigem profissionais médicos preparados para atuar além do ambiente hospitalar tradicional. Investir em especialidades menos exploradas pode significar não apenas uma carreira sólida e estratégica, mas também um impacto social direto.

A Medicina do Trabalho, por exemplo, é vital na prevenção de doenças ocupacionais e na promoção de ambientes laborais saudáveis. Já a Medicina Legal contribui decisivamente para a manutenção da ordem jurídica e dos direitos individuais. Enquanto isso, áreas como Genética, Nuclear e Reabilitação ampliam o acesso a diagnósticos precoces e tratamentos humanizados, especialmente relevantes para populações envelhecidas ou socialmente vulneráveis.

Embora silenciosas, essas especialidades médicas exercem funções indispensáveis para a sociedade e o sistema de saúde brasileiro. Cabe às universidades, instituições de ensino e órgãos de classe valorizar e divulgar essas carreiras, formando médicos para atuar onde poucos desejam ou sequer conhecem. Afinal, cuidar da vida humana também significa enxergar além das emergências hospitalares.

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