Após a recente aprovação do projeto que institui o “Dia da Cegonha Reborn” no calendário oficial do município do Rio de Janeiro, o tema dos bebês reborn – bonecos hiper-realistas que simulam recém-nascidos – voltou a movimentar os legislativos estaduais. Na última terça-feira (13), dois projetos de lei distintos, um no Rio de Janeiro e outro em Minas Gerais, foram protocolados com abordagens contrastantes sobre o fenômeno.
No Rio, o deputado estadual Rodrigo Amorim (União) apresentou o PL 5357/2025, que propõe a criação de um programa de saúde mental destinado a pessoas que demonstrem vínculo afetivo com bonecos reborn, tratadas na proposta como “pais” ou “mães” desses objetos.
De acordo com o parlamentar, o objetivo é prevenir quadros de depressão, adoecimento psicológico e até suicídio entre pessoas que utilizam os reborn como formas de conforto emocional.
Se aprovado, o programa será conduzido por equipes com psicólogos, terapeutas e assistentes sociais. Amorim reconhece que os reborn podem ter uso terapêutico, mas alerta, na justificativa do projeto, para o risco de essas figuras simbólicas substituírem relações humanas reais ou fomentarem dependência emocional.
Enquanto isso, em Minas Gerais, o deputado Cristiano Caporezzo (PL) apresentou o PL 3757/2025, com uma abordagem oposta. O texto propõe proibir o atendimento de bebês reborn e outros objetos inanimados nas unidades de saúde do SUS no estado.
De acordo com a justificativa, esses atendimentos poderiam comprometer o uso racional de recursos públicos e gerar riscos para pacientes humanos que buscam tratamento.
O projeto mineiro estabelece ainda uma penalidade em caso de descumprimento: multa correspondente a dez vezes o valor do serviço médico eventualmente prestado ao boneco. Caporezzo afirma que o SUS deve priorizar pessoas reais e não servir de forma simbólica ou lúdica para atender objetos.

Dia da Cegonha Reborn
As propostas surgem poucos dias após a Câmara Municipal do Rio aprovar, em segunda discussão, o projeto que cria o “Dia da Cegonha Reborn”. A data homenageia artesãs que confeccionam os bonecos e, segundo o vereador Vitor Hugo (MDB), autor da iniciativa, foi inspirada por “mães reborn”.
As propostas ainda aguardam análise, mas já geram discussões sobre os limites entre afeto simbólico, saúde mental e uso dos serviços públicos.
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