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Brasil chega a quase 500 cursos de Medicina em 2025

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MEC autoriza 77 novos cursos de Medicina e amplia 5 mil vagas em dois anos. Especialistas alertam para riscos à qualidade de formação médica.

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O número de cursos de Medicina cresceu de forma expressiva no país. De acordo com um estudo da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), divulgado pela Folha de São Paulo, o Brasil chegou a 494 cursos de Medicina, com mais de 50 mil vagas de graduação. Essa expansão de cursos de Medicina no Brasil é considerada a mais rápida do mundo nos últimos dez anos.

Entre janeiro de 2024 e setembro de 2025, o Ministério da Educação (MEC) autorizou 77 novos cursos, que juntos somam 4.412 vagas. Além disso, 20 faculdades já existentes ampliaram sua oferta, com 1.049 novas vagas.

O país ocupa agora o segundo lugar mundial em número de escolas médicas, atrás apenas da Índia que tem cerca de 600 cursos e uma população sete vezes maior.

O levantamento foi produzido pelo grupo Demografia Médica no Brasil, da FMUSP, com base em dados obtidos via Lei de Acesso à Informação (LAI).

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Nordeste lidera em novos cursos de Medicina

A expansão de cursos de Medicina no Brasil revela diferenças regionais. O Nordeste concentra 37,7 dos novos cursos (29 no total) seguido pelo Sudeste (24,7%), Norte (16,9%), Sul (15,6%) e Centro-Oeste (5,2%).

Fonte: Demografia Médica no Brasil (FMUSP); Seres/MEC (LAI 23546.097950/2025-43); Diário Oficial da União (DOU)

Bahia, Pará e São Paulo lideram o número de novos cursos, com oito autorizações cada, enquanto Ceará e Maranhão receberam sete. Cidades de médio porte, como Vitória da Conquista e Luís Eduardo Magalhães, também ganharam destaque ao abrigar mais de um curso.

Segundo o prodessor da USP, Dr. Mário Scheffer, a concentração de cursos em determinadas regiões pode refletir interesses econômicos e políticos. “Há uma conjunção de interesses entre grupos privados de ensino, prefeitos e parlamentares. As escolas de Medicina se tornaram um negócio altamente lucrativo”, afirma. As mensalidades médias chegam a R$10,2 mil, podendo superar R$15 mil.

Medidas do MEC para garantir a qualidade

O MEC afirma que vem adotando medidas para assegurar a qualidade da formação médica. Entre elas, está a criação do Enamed (Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica), que será aplicado anualmente a partir deste ano, com o objetivo de acompanhar o desempenho dos estudantes ao longo do curso.

Além disso, a pasta prevê avaliações presenciais em cursos com baixo desempenho em 2026, atualização das Diretrizes Curriculares Nacionais e medidas cautelares, como suspensão de vagas, restrição ao Fies e Prouni e impedimento de novos ingressos em instituições mal avaliadas.

O que isso significa para quem quer cursar Medicina

Para vestibulandos e estudantes de Medicina, a expansão do número de cursos representa oportunidades e desafios. Embora mais vagas estejam disponíveis, a escolha da instituição requer análise cuidadosa.

Especialistas recomendam avaliar a infraestrutura dos laboratórios e hospitais de ensino, a qualificação do corpo docente e o desempenho da faculdade no Enade e, futuramente, no Enamed. Essas informações ajudam a garantir uma formação sólida e reconhecida.

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