As chamadas fórmulas prontas que prometem facilitar o caminho até a nota mil na redação do Enem têm sido cada vez mais desaconselhadas por professores e ex-corretores da prova. Esses modelos, que incluem frases genéricas, repertórios universais e estruturas rígidas, são amplamente divulgados em apostilas, redes sociais e cursos preparatórios. No entanto, em 2024, a banca avaliadora passou a penalizar textos com esse perfil, diminuindo drasticamente a quantidade de notas máximas. Enquanto em 2023 sessenta candidatos alcançaram mil pontos, neste ano o número caiu para apenas doze.
Segundo especialistas, o Enem tem priorizado produções originais e alinhadas à realidade sociocultural do aluno. Textos com trechos decorados, vocabulário sofisticado fora de contexto e argumentos rasos foram os principais alvos da correção mais criteriosa. Para os avaliadores, o uso dessas fórmulas prontas no Enem compromete a autenticidade e a consistência da argumentação. Além disso, há uma preocupação crescente com o ensino mecanizado da redação do Enem, que muitas vezes estimula o aluno a escrever pensando apenas no formato ideal, e não no conteúdo crítico e reflexivo.
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A redação é avaliada com base em cinco competências, incluindo domínio da norma culta, compreensão do tema, organização de ideias, coesão e proposta de intervenção. Professores afirmam que estratégias de organização continuam sendo importantes, mas alertam: estrutura não é sinônimo de fórmula. O que realmente contribui para uma boa nota é o equilíbrio entre repertório relevante, clareza nos argumentos e coerência com o tema proposto. Nesse sentido, a leitura constante, a prática de escrita e a correção guiada por profissionais são caminhos mais seguros e eficazes do que apostar em modelos prontos.
O Inep, responsável pela elaboração e correção do exame, reforçou que a redação do Enem deve refletir o repertório do estudante, suas experiências e sua capacidade de análise crítica. A cartilha oficial de 2024 já sinalizava a valorização de textos autorais, alertando para os riscos de copiar os textos de apoio ou inserir referências fora de contexto. Para alcançar a nota mil, não basta repetir fórmulas decoradas: é necessário construir argumentos com base em repertórios genuínos, desenvolver o senso crítico e, principalmente, dedicar-se à leitura e à escrita de forma consistente ao longo do tempo.
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