Que tal falarmos de qualidade dos cursos de Medicina? Uma vez autorizado um curso de Medicina a Instituição de Ensino Superior (Universidade, Centro Universitário ou Faculdade) começa a colocar em prática o que prometeu ao Ministério da Educação. Quando o Ministério da Educação autorizou o curso, fez isso após análise documental e visita observado três dimensões: organização didático-pedagógica, corpo docente e infraestrutura.
Hoje vamos falar da organização didático-pedagógica, ou seja, do Projeto Pedagógico do Curso, ou melhor, da forma como organizamos os seis anos do curso de Medicina, o que chamamos de currículo.
Um bom curso de Medicina tem um currículo integrado: aquele que não contempla disciplinas isoladas, mas propõe a integração entre os conteúdos. Não deixe de observar a matriz curricular do curso que você está fazendo ou pretende fazer.
Veja mais sobre os critérios da qualidade dos cursos de Medicina:
Além da integração, um bom currículo tem equilíbrio entre teoria e prática. A prática acontece nos laboratórios, mas também, e principalmente, nos serviços de saúde. Desde o início do curso o aluno já deve frequentar as Unidades Básicas do Sistema Único de Saúde. Mais tarde entram em cena os hospitais, as Unidades de Pronto Atendimento, ambulatórios especializados e Centros de Apoio Psicossocial.
Os dois últimos anos do curso são o internato médico nas áreas de Clínica Cirúrgica, Clínica Médica, Ginecologia e Obstetrícia, Pediatria, Saúde Coletiva e Saúde Mental. Pelo menos 30% do internato deve contemplar os Serviços de Urgência e Emergência e a Atenção Básica à Saúde.
As metodologias utilizadas em um bom curso de Medicina devem desenvolver a autonomia do aluno e a sua capacidade de aprender a aprender. Está fora de moda aquela aula expositiva em que o professor passa 25 slides, o aluno anota e estuda para a prova. Os cursos atuais devem contemplar sempre metodologias em que o aluno é o principal protagonista: as metodologias ativas.
Portanto, se quer um curso de Medicina de qualidade, no que se refere à sua proposta pedagógica, procure um curso que um currículo integrado, com boa relação entre teoria e prática, com inserção nos serviços do Sistema Único de Saúde desde o início do curso e que incorpore as metodologias de ensino-aprendizagem entre as suas estratégias pedagógicas.
Ipojucan Calixto Fraiz

O colunista Ipojucan Calixto Fraiz é médico com residência em pediatria a mais de 40 anos. Com mestrado e doutorado em Sociologia, dedicou ao estudo do adoecimento da população, analisando as influências dos fatores sociais sobre a saúde.
Ipojucan possui uma carreira acadêmica sólida como professor de Medicina com ênfase em Saúde Coletiva há mais de 30 anos. Além disso, acumula 15 anos de experiência como coordenador de cursos de Medicina, tanto no setor público quanto privado.
Atualmente, é integrante dos grupos de pesquisa em Sociologia e Políticas Públicas de Saúde na Universidade Federal do Paraná (UFPR), onde continua contribuindo para o avanço do conhecimento na área.
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