O Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) convive com um problema crônico: a inadimplência elevada entre os beneficiários. Dados atualizados revelam que 61,5% dos contratos estão em atraso. Em 2014, o índice era de 31%. No aspecto financeiro, o montante da dívida já alcança 116 bilhões de reais.
Atualmente, o programa financia cursos de nível superior para estudantes de baixa renda, garantindo a oportunidade de acesso ao ensino universitário. Os beneficiários, porém, devem arcar com pelo menos 30% do valor da mensalidade durante o curso. O saldo restante deve ser quitado após a formatura. Já os estudantes com renda familiar de até 1,5 salário mínimo contam com cobertura integral.
Governo estuda mudanças para conter inadimplência no Fies
O workshop Programas de Acesso e Permanência Estudantil na Educação: Fies, ProUni e Propag, promovido durante o 17º Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular, divulgou os dados atualizados sobre o financiamento estudantil. Diante dos números, o governo federal, por meio do Ministério da Educação, discute alternativas para reduzir o prejuízo bilionário.
Entre as propostas, analisa a possibilidade de vincular a cobrança das mensalidades à renda do ex-aluno. Além disso, considera a redução de juros e taxas, além do perdão da dívida em situações específicas.
Nos sites de busca, dúvidas sobre a falta de pagamento do Fies permanecem entre as mais acessadas. Perguntas como “o que acontece se eu não pagar o Fies?” e “vai ter perdão para dívida do Fies em 2025?” aparecem com frequência. Diante desse interesse, especialistas orientam os inadimplentes a acompanhar os canais oficiais do governo para se atualizar sobre novas oportunidades de renegociação ou parcelamento.
Em maio do ano passado, quando a inadimplência já alcançava 50%, Rafael Rodrigues Tavares, coordenador-geral de Concessão e Controle de Financiamento Estudantil do Ministério da Educação, destacou na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados que a mensalidade pesava no orçamento dos estudantes. Ele explicou que “a questão não é que o estudante não consegue emprego. Ele consegue, mas o problema é o peso da parcela na renda dele. Tem que pagar moradia, transporte, alimentação. O Fies acaba entrando na última prioridade”.
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