O novo currículo do curso de Medicina deve reservar cerca de 10% da carga horária para atividades relacionadas à tecnologia, como robótica, telemedicina e técnicas avançadas de diagnóstico. A proposta está em discussão no Conselho Nacional de Educação (CNE) e busca atualizar o perfil e as competências exigidas na formação médica no Brasil.
Desde a última atualização das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs), em 2014, muita coisa mudou. Na época, o documento apenas recomendava que os cursos incluíssem conteúdos voltados à “compreensão e domínio das novas tecnologias da comunicação para acesso à base remota de dados”. Agora, o foco é mais prático e voltado para o uso efetivo da tecnologia no atendimento ao paciente.
Com o novo currículo, espera-se que os estudantes tenham contato direto com ferramentas tecnológicas, indo além de imagens e textos em livros. Por meio de recursos como simulações robóticas e consultas via telemedicina, os alunos poderão observar procedimentos sendo realizados em tempo real. Assim, o aprendizado se tornará mais dinâmico e conectado com a realidade atual da profissão.
Além disso, a qualidade do ensino médico continua sendo uma preocupação. Segundo dados do Censo da Educação Superior, desde 2013, aproximadamente 50 mil médicos formados em instituições com conceitos mínimos nas avaliações do Ministério da Educação (MEC) entraram no mercado. Esse número representa 21,4% do total de formados no período, levantando dúvidas sobre a eficácia dos cursos.
Nova avaliação: ENAMED
Como parte das mudanças, o Mec também anunciou o Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed). Ele será aplicado anualmente e substituirá o antigo Enade para os cursos de Medicina. O objetivo é duplo: avaliar a qualidade do ensino e servir como critério para o ingresso na residência médica.
Por fim, a avaliação dos cursos também passará por mudanças. Os avaliadores irão pessoalmente observar com mais rigor o desempenho dos estudantes em situações práticas, como atendimentos em postos de saúde, ambulatórios, maternidades e hospitais.
Em resumo, o novo currículo de Medicina representa um passo importante para modernizar o ensino médico no país. Com mais tecnologia em sala de aula e uma avaliação mais precisa da formação prática, espera-se formar profissionais mais preparados para os desafios da saúde contemporânea.
Continue lendo:
MEC lança Enamed, exame único para avaliar formação médica
CFM apoia Enamed do MEC, mas alerta que o exame não impedirá profissionais mal formados
Confira as últimas notícias sobre o mundo da Medicina:
- Diretor da Faculdade de medicina Albert Einstein critica cursos de Medicinapor Cleiton Alberto
- CFM realiza 1º Fórum sobre Inteligência Artificial na Medicina em junhopor Stephanie Freitas
- Medicina: novo currículo terá 10% da carga voltada à tecnologiapor Alex Lucas Silva
- Alta incorporação tecnológica é o que se espera da infraestrutura dos bons cursos de Medicinapor Ipojucan Calixto Fraiz