A partir da terapia fotodinâmica, o Brasil está prestes a se tornar o primeiro país do mundo a oferecer tratamento não invasivo e menos agressivo para o Carcinoma Basocelular, tipo de câncer de pele mais frequente no país. O tratamento pode ser feito no próprio consultório médico, permitindo o diagnóstico e o tratamento no mesmo dia.
Desenvolvido durante 10 anos por pesquisadores vinculados ao Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IFSC-USP), o dispositivo utilizado para o tratamento tem baixo custo e fácil produção.
A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) recomendou a implementação do tratamento no SUS no final de junho, um grande passo para o sistema público do país. A implementação também abre o caminho para a aplicação de tecnologias desenvolvidas por universidades no sistema público de saúde do país.
Tratamento com Terapia Fotodinâmica para Câncer de Pele
O tratamento é simples, indolor e feito no mesmo dia do diagnóstico, realizado em duas sessões através de um aparelho fotossensibilizante. Ao confirmar o diagnóstico de Carcinoma Basocelular, o médico aplicará uma pomada a base de metilaminolevulinato na região da lesão que permanece na pele do paciente por 3 horas. Após a retirada da pomada, inicia o tratamento de irradiação da região através do dispositivo de LED.
A técnica através da terapia fotodinâmica foi testada em 72 centros de saúde e teve um índice de cura de 90% dos casos de câncer de pele. O tratamento é feito de forma segura e eficaz e, principalmente, sem a utilização de métodos dolorosos.
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Carcinoma Basocelular
O Carcinoma Basocelular, tipo mais comum de câncer do país, representa 70% dos casos de câncer na pele. Apesar de ser o mais comum no país, é também o menos agressivo por possuir menor chance de se espalhar para outros órgãos.
Se apresenta, geralmente, por um inchaço pequeno e brilhante ou com aparência de uma ferida que vai aumentando gradativamente. Possui aspecto perolado e cores variadas, podendo ser branco, bege ou marrom. Embora seja o câncer com menor letalidade, caso não seja tratado a tempo, o Carcinoma pode provocar cicatrizes desfigurantes e destruir as camadas da pele.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica, este tipo de câncer surge em áreas com maior exposição ao sol, como orelhas, rosto, couro cabeludo e pescoço.
Os principais fatores de risco são:
- Histórico de exposição excessiva ao sol ou uso de câmaras de bronzeamento
- Ter pele, olhos ou cabelos claros
- História pessoal ou familiar da doença, exposição excessiva ao sol
- Sistema imunológico enfraquecido por infecções, transplantes ou tratamento de câncer
- Imunossupressão (sistema imunológico enfraquecido pela realização de transplantes ou tratamento oncológico ou infecções)
- Síndromes genéticas, como o xeroderma pigmentoso
Os principais sintomas para identificar o Carcinoma são manchas na pele que coçam, ardem ou sangram que não cicatrizam. Na maioria dos casos, o Carcinoma se apresenta como uma lesão em relevo. O MD Saúde dá algumas dicas para que a população leiga fique atenta aos sinais de alerta:
- Uma ferida persistente, principalmente na face, que não se cura após várias semanas.
- Uma mancha vermelha nova, que não desaparece após várias semanas.
- Uma área mais branca ou amarelada, com bordas pouco definidas, parecida com uma pequena cicatriz.
A Sociedade Brasileira de Dermatologia recomenda que, para evitar o desenvolvimento do Carcinoma, é indispensável a utilização do protetor solar diariamente.