O novo estudo da Demografia Médica de 2025, divulgado na quarta-feira (30), aponta um crescimento significativo de médicos sem especialização no país. Em 2024, o Brasil contava com 597 mil médicos em atividade. Destes, 353.287 mil eram especialistas, enquanto 244.142 atuavam como generalistas, conforme dados do estudo.
Entre os médicos especialistas, mais da metade (50,6%) está concentrada em apenas sete áreas: clínica médica (12,4%), pediatria (10%), cirurgia geral (7,8%), ginecologia e obstetrícia (7,4%), anestesiologia (4,7%), cardiologia (4,3%) e ortopedia e traumatologia (4%).
Os Estados do Maranhão e Pará possuem as menores taxas, com 68 e 70 especialistas por 100 mil habitantes.
Por outro lado, os médicos graduados já ingressam na profissão como generalista por motivos de estabilidade econômica ou pela facilidade de acesso à profissão já que não exige mais tempo de estudo numa residência médica, por exemplo.
Além disso, outro fator determinante para ingresso rápido no exercício médico é o baixo valor fixo da bolsa de residência que equivale a R$4.106,00 estabelecido pelo Ministério da Saúde (MS) e Ministério da Educação (MEC).
De acordo com dados do Painel da Educação Médica, são 20 mil vagas ofertadas para ingresso nas residências médicas. Enquanto algumas especialidades possuem número alto de vagas, outras restringem mais o acesso com pouca oferta.

Projeção é de 1.152.230 médicos em 2035
Uma projeção da Demografia Médica de 2025 aponta um salto no número de profissionais no Brasil. A estimativa da quantidade global de profissionais prevê que chegue a 1.152.230 médicos. Em meio a esse crescimento, os profissionais generalistas, aqueles que não têm especialização, também cresceu no último ano.
Especificamente neste ano, a previsão é de 635.706 médicos em atividade com média de 2,98 profissionais por habilitante. Junto a isso, o total de Generalistas foi de 244,1 mil, em 2024, conforme o estudo da Demografia Médica no Brasil 2025 (DMB). Mesmo com o salto de profissionais, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o ideal é 3,7 médicos por habitantes.
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Desigualdades
O estudo revela que as desigualdades na distribuição dos profissionais pelo Brasil ainda são significativas. De acordo com os dados, 48 cidades com mais de 500 mil habitantes concentram 31% da população brasileira, mas abrigam 58% dos médicos em atividade no país.
Por outro lado, 4.895 municípios com menos de 50 mil habitantes — que também representam 31% da população — contam com apenas 8% desses profissionais.
Além disso, há grandes disparidades regionais: 19 macrorregiões de saúde possuem menos de um profissional por mil habitantes, enquanto outras 15 apresentam média superior a quatro médicos por mil habitantes.
As projeções para 2035 apontam que o Distrito Federal terá a maior razão de profissioanis por mil habitantes, com 11,83. Em seguida aparecem o Rio de Janeiro, com 8,11, e São Paulo, com 7,17 médicos por mil habitantes. No outro extremo, o Maranhão deverá registrar apenas 2,43 por mil habitantes, seguido pelo Pará (2,56) e pelo Amapá (2,76).