O Registro de Qualificação de Especialista (RQE) é o número oficial concedido pelo Conselho Regional de Medicina (CRM) que certifica um médico como especialista em determinada área. Ele atesta que o profissional concluiu residência médica reconhecida pelo MEC ou obteve título via prova da Associação Médica Brasileira (AMB).
Assim, o RQE passa a acompanhar o CRM no receituário, laudos, anúncios e documentos oficiais, conforme orienta o Código de Ética Médica (Art. 117).
Vantagens do RQE
O RQE confere ao médico uma credibilidade imediata no exercício da profissão. Ao constar no CRM, o número do RQE identifica oficialmente o profissional como especialista reconhecido em sua área, o que aumenta a confiança do paciente e valoriza o posicionamento do médico no mercado.
A visibilidade obtida por esse reconhecimento fortalece sua autoridade, especialmente em áreas concorridas como cardiologia, ortopedia ou psiquiatria.
Além disso, o RQE garante segurança jurídica e respaldo ético ao profissional. De acordo com o Código de Ética Médica, é vedado anunciar-se como especialista sem possuir o devido registro.
A violação dessa norma pode levar à responsabilização ética e a sanções administrativas pelo Conselho Regional de Medicina (CRM), como advertência, suspensão e, em casos extremos, cassação do exercício profissional. Assim, o RQE protege não apenas a reputação do médico, mas também a integridade da prática médica.
Outro ponto relevante é o acesso a concursos e oportunidades no setor público. Vários editais de hospitais universitários, secretarias de saúde e unidades especializadas exigem o RQE como critério obrigatório para contratação.
Isso vale, por exemplo, para especialidades como anestesiologia, pediatria e medicina da dor, áreas em que o reconhecimento legal do título é essencial para atuação institucional. Por fim, o RQE é requisito para filiação em muitas sociedades médicas ligadas à Associação Médica Brasileira (AMB).
Essas instituições não apenas reforçam a credibilidade do médico como especialista, mas também oferecem acesso a eventos científicos, publicações exclusivas, cursos de atualização e oportunidades de pesquisa.
Estar vinculado a uma sociedade de especialidade agrega valor à trajetória profissional e amplia a rede de contatos no meio acadêmico e clínico.
Processo para obtenção
- Comprove formação: obtenção de título via residência ou prova de título de especialista.
- Acesse o CRM: muitos conselhos regionais já permitem inscrição digital.
- Envie documentação: diploma, certificado de residência ou título da AMB, comprovante de pagamento.
- Aguarde emissão: prazo varia conforme CRM, entre 10 e 30 dias.
- Inclua o RQE nos documentos médicos, site e materiais de divulgação, respeitando o Código de Ética.
Impacto para profissionais
A exigência do RQE tem impacto direto na valorização da prática médica especializada. Ao estabelecer critérios claros para o uso do título de especialista, o registro estimula os médicos a investirem em formação sólida e reconhecida, o que eleva o padrão dos atendimentos em todas as áreas da Medicina.
No caso da Medicina da Dor, por exemplo, o Conselho Federal de Medicina (CFM) destaca que somente médicos com RQE nessa especialidade podem se anunciar como especialistas.
A Resolução CFM nº 2.380/2024, em vigor desde fevereiro de 2024, reforça essa exigência e estabelece que a atuação na área deve estar condicionada à comprovação de formação por residência médica reconhecida pelo MEC ou título emitido por sociedade vinculada à AMB. Essa norma não é meramente burocrática, ela busca proteger o paciente contra práticas inadequadas e resguardar a credibilidade da Medicina especializada.
Para quem ainda tem dúvidas sobre o funcionamento do RQE e quais especialidades são válidas, pode consultar na ferramenta “Busca Médico”.
Veja também:
Diploma digital: o que é, como funciona e como está sendo adotado nas faculdades de Medicina