A residência médica da USP Ribeirão Preto (USP/RP) é reconhecida nacionalmente pela excelência na formação de especialistas em diversas áreas da medicina. Vinculada à Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP), a instituição alia ensino, pesquisa e prática clínica de forma integrada.
O programa é tradicional, muito concorrido e conhecido por seu corpo docente qualificado, estrutura hospitalar robusta e alto volume de atendimentos, o que proporciona aprendizado intenso desde os primeiros meses de atuação como R1 (primeiro ano de residência).
Se você está se preparando para ingressar em um programa de residência médica altamente reconhecido, continue a leitura e descubra tudo sobre a residência médica da USP RP, das especialidades com maior destaque à rotina hospitalar, passando por como funciona a prova e o que esperar da formação.
O Hospital
A residência médica da USP RP acontece principalmente no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP (HCFMRP-USP). Fundado em 1956, o hospital é referência em atendimento de média e alta complexidade, sendo considerado um dos maiores e mais completos do interior paulista.

Com mais de 850 leitos ativos, o HCFMRP atende cerca de 30 mil internações e mais de 1 milhão de atendimentos ambulatoriais por ano, sendo um dos principais hospitais de ensino do país. A estrutura do complexo inclui o Hospital das Clínicas, o Hemocentro, o Hospital Estadual de Américo Brasiliense (HEAB), além de centros especializados como o Centro de Terapia Renal Substitutiva e a Unidade de Emergência (UE).
O hospital é também um centro importante de pesquisa e formação de profissionais da saúde, recebendo investimentos constantes em equipamentos de imagem, laboratórios e centros cirúrgicos modernos.
Diversos médicos notórios passaram por lá, como o Dr. Dimas Tadeu Covas, ex-diretor do Instituto Butantan e professor da FMRP, que foi figura central na coordenação da produção da vacina contra a COVID-19 durante a pandemia.
Como é a residência médica na USP RP
A residência médica da USP RP segue os princípios da tríade universitária: ensino, pesquisa e extensão. Isso significa que o residente não apenas atua intensamente no atendimento aos pacientes, mas também é inserido em discussões científicas e em atividades de educação continuada. A carga horária é em geral de 60 horas semanais, conforme previsto pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM).
Há programas em mais de 50 especialidades médicas, com destaque para Clínica Médica, Cirurgia Geral, Anestesiologia, Radiologia, Ginecologia e Obstetrícia, e Pediatria. A integração com a pós-graduação stricto sensu permite que residentes interessados em pesquisa científica possam dar continuidade ao mestrado e doutorado posteriormente.
Pontos positivos
- Estrutura hospitalar de excelência:
O HCFMRP-USP possui UTI adulto, neonatal e pediátrica, centros cirúrgicos modernos, laboratório de simulação realística, tomógrafos, ressonância magnética e robótica cirúrgica, o que garante aprendizado técnico avançado. - Alta complexidade e volume de casos:
Por ser referência no interior paulista, o hospital atende a uma ampla gama de patologias, o que contribui para a formação sólida dos residentes, com exposição a casos comuns e raros. - Integração com a pesquisa:
Residentes têm acesso a projetos de pesquisa financiados pelo CNPq, FAPESP e outras instituições. Muitos ingressam no mestrado e doutorado na própria FMRP-USP. - Preceptoria qualificada e ambiente universitário:
Os preceptores são docentes da USP ou especialistas em suas áreas com forte histórico acadêmico. A convivência com estudantes de graduação, pós-graduação e pesquisadores favorece o ambiente de troca constante. - Reputação nacional e internacional:
A FMRP-USP figura entre as melhores escolas médicas da América Latina e está sempre bem posicionada em rankings nacionais como o RUF e Times Higher Education.
Pontos negativos
- Carga horária intensa:
A jornada de 60 horas semanais, somada aos plantões e participação em atividades científicas, pode levar ao esgotamento físico e mental. - Concorrência interna elevada:
Como há muitos estudantes de excelência na instituição, o ambiente pode ser bastante competitivo, o que nem sempre favorece um clima colaborativo. - Alto custo de vida em Ribeirão Preto:
Apesar de não ser capital, Ribeirão Preto tem custo de vida elevado, especialmente em moradia próxima ao hospital. - Menor foco na humanização em alguns setores:
De acordo com relatos de ex-residentes, há setores com foco predominantemente técnico e pouca ênfase em práticas humanizadas de cuidado, o que pode ser frustrante para quem busca equilíbrio nesse aspecto.
Como é a prova da Residência USP RP
A seleção para os programas de residência da USP RP é realizada via a FUNDEP, que organiza concursos públicos e processos seletivos para diversas instituições. O processo pode ser aplicado em até 3 fases, de acordo com a especialidade médica, a prova escrita e a análise curricular são as etapas mais comuns.
O processo seletivo é composto por:
- Prova Objetiva (Fase 1): de múltipla escolha, com questões de cinco alternativas, abrangendo as áreas básicas da medicina: Clínica Médica, Cirurgia Geral, Ginecologia e Obstetrícia, Pediatria, Medicina Preventiva e Saúde Pública.
- Análise Curricular (Fase 2): de caráter classificatório, avalia histórico acadêmico, estágios extracurriculares, monitorias, iniciação científica e congressos.
Alguns programas exigem ainda provas práticas ou entrevistas, conforme descrito no edital específico de cada especialidade. Veja aqui o edital de cada processo:
Vale a pena fazer residência na USP RP?
Sim, fazer residência médica na USP RP vale muito a pena para quem busca formação sólida, acadêmica e prática, com acesso a um dos melhores complexos hospitalares universitários do Brasil. O prestígio da instituição facilita a entrada em programas de subespecialização, concursos públicos e mercado de trabalho altamente qualificado.
Apesar dos desafios da rotina intensa, a imersão científica e a variedade de casos clínicos oferecem uma base robusta para qualquer futuro especialista. O networking formado durante os anos de residência também é um diferencial duradouro na carreira médica.