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SUS realiza 1ª cirurgia cardíaca com teleorientação em Pernambuco

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O Sistema Único de Saúde (SUS) deu um passo histórico ao realizar a primeira cirurgia cardíaca com teleorientação em Pernambuco. O procedimento, feito em uma criança de apenas seis anos no Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP), em Recife, contou com o apoio remoto da equipe do Hospital do Coração (Hcor), localizado em São Paulo.

Essa iniciativa pioneira foi possível graças à articulação do Ministério da Saúde, ao programa Agora Tem Especialistas e à estratégia nacional de Telessaúde, por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (Proadi-SUS). Além disso, a cirurgia cardíaca com teleorientação representa uma integração eficiente entre medicina de alta complexidade e tecnologias digitais, promovendo o cuidado de qualidade sem que o paciente precise se deslocar para centros especializados distantes.

De acordo com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a ação garante um atendimento mais humano e acessível. “Essa ação inovadora permitiu que a criança e sua família fossem acompanhadas pelo Hcor em todas as etapas”, afirmou o ministro.

Ampliação do acesso e formação de especialistas regionais

Além de realizar a cirurgia cardíaca com teleorientação, o projeto tem como um de seus principais objetivos a formação de especialistas nas próprias regiões. Com essa transferência de conhecimento, médicos locais são capacitados para realizar procedimentos que antes estavam concentrados em grandes centros do Sudeste.

O que antes só era feito em São Paulo agora passa a ser possível no Nordeste. Esses profissionais formados poderão atuar em várias regiões, expandindo a capacidade do SUS e reduzindo significativamente o tempo de espera por cirurgias”, afirmou Padilha.

O Núcleo de Inovação do InCor foi o desenvolvedor do Teleorientação do Ato Cirúrgico (TAC), sistema utilizado na cirurgia. Ele permite uma conexão interativa com múltiplos sinais de áudio, vídeo e dados entre a sala cirúrgica e um centro de comando especializado, garantindo que a equipe local tenha suporte técnico completo em tempo real.

Essa tecnologia reforça que a cirurgia não é apenas um avanço tecnológico, mas também uma estratégia de descentralização e democratização da saúde especializada.

Alexandre Padilha, ministro da Saúde

Expansão da cirurgia cardíaca com teleorientação para o Norte e Nordeste

Com a realização da cirurgia no IMIP, Pernambuco passa a integrar uma rede estratégica de centros de referência em cirurgia cardíaca pediátrica no Norte e Nordeste. Outros dois centros já estruturados estão localizados em Manaus (AM) e Fortaleza (CE).

De acordo com Ieda Jatene, médica responsável pelo serviço de cardiologia pediátrica e cardiopatias congênitas do Hcor, o trabalho envolve uma abordagem integral. “Acompanhamos os casos de forma contínua e à distância, com recursos como telerounds, teleinterconsultas e suporte em UTI, garantindo segurança em todas as etapas do cuidado”, explicou Ieda.

O IMIP, que já realiza cerca de 200 cirurgias cardíacas pediátricas por ano, agora se fortalece ainda mais como Centro de Referência em Alta Complexidade Cardiovascular. Para a cardiologista Luziene Bonates, a parceria com o Proadi-SUS permite uma melhora significativa nos resultados. “Com a cirurgia cardíaca com teleorientação, conseguimos planejar o aumento do número de cirurgias e a complexidade dos casos atendidos”, afirmou a cardiologista.

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Cardiopatia congênita: diagnóstico precoce e tratamento especializado

A cirurgia cardíaca com teleorientação é especialmente importante para o tratamento da cardiopatia congênita. Essa condição afeta cerca de 29 mil recém-nascidos por ano no Brasil. Além disso, estima-se que 80% dessas crianças necessitam de cirurgia, muitas vezes ainda no primeiro ano de vida.

Ademais, o projeto Apoio ao Desenvolvimento de Centros de Atendimento a Cardiopatias Congênitas, conduzido pelo Hcor via Proadi-SUS, oferece capacitação, melhoria de processos assistenciais e suporte digital, promovendo um salto de qualidade na assistência pediátrica cardiovascular.

O SUS oferece o Teste do Coraçãozinho gratuitamente, que pode identificar precocemente essas malformações.

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