Estudantes que cursam medicina no exterior tem até duas opções para atuar como médico no Brasil. Através do Revalida, quando o estudante conclui o curso internacionalmente e realiza uma prova para obter a validação para atuar no Brasil. Ou, por meio da Transferência Externa Internacional, quando há transferência do curso para o Brasil, sem a necessidade de passar por uma prova de revalidação.
As duas formas são válidas e aceitas pelas instituições brasileiras, tanto para estudantes brasileiros, quanto para estrangeiros. No entanto, cada um tem suas regras e critérios específicos. Neste texto, entenda como funciona cada uma delas e qual seria uma boa opção para conseguir um diploma médico para exercer a medicina no Brasil.
Processo Revalida
Para validar o diploma médico e atuar como médico no Brasil, é necessário aprovação em uma prova de proficiência da área médica: o Revalida. Apenas por meio do Revalida é possível atuar aqui.
Composto por duas fases, a primeira composta por 100 questões de múltipla escolha e 5 questões discursivas. Já a segunda etapa, por uma avaliação referente a prática médica no . Nesta etapa, os profissionais precisam realizar 10 anamneses através de uma simulação.
- Saiba mais sobre o Revalida: Revalida: saiba tudo sobre a prova de validação do diploma médico
Nas provas do Revalida, os assuntos abrangem cinco grandes áreas da área médica no Brasil: Cirurgia, Medicina de família e comunidade, Pediatria, Ginecologia-obstetrícia e Clínica Médica.
Além disso, é válido ressaltar que, embora aprovado no exame, o médico ou médica só poderá atuar profissionalmente no país após obter o registro profissional do Conselho Regional de Medicina (CRM).
Médicos aprovados no Mais Médicos precisam passar pelo Revalida?
A atuação no Mais Médicos, programa brasileiro criado pela Lei no 12.871, abre a exceção para que profissionais graduados no exterior possam atuar como médico no Brasil sem passar pela prova do Revalida. No entanto, esses profissionais só podem atuar no país se atenderem aos critérios específicos do programa.
Os médicos podem atuar no programa durante três anos, recebendo uma bolsa formação de até R$12 mil. Após esse período, é obrigatório que o profissional passe pela prova da revalidação.
Para atuar no Mais Médicos, os profissionais recebem uma autorização especial para trabalhar exclusivamente no âmbito do programa, e essa autorização não lhes dá o direito de atuar fora do programa, ou de realizar atividades médicas fora das áreas específicas para as quais foram designados.
De uma instituição a outra: como funciona a transferência externa
O processo de transferência externa pode ser realizado tanto por estudantes de instituições brasileiras quanto por estrangeiros ou brasileiros graduandos no exterior. No entanto, poucas instituições brasileiras oferecem vagas para ingresso através da transferência externa.
As vagas ofertadas surgem a partir da disponibilidade de vagas remanescentes, que se tornam disponíveis quando a universidade não consegue completar a turma regular devido ao cancelamento de matrículas ou insuficiência da demanda inicial.
Sendo assim, a periodicidade do processo de transferência é definida pelas instituições de ensino. Isso significa que não há uma periodicidade regular para a oferta de vagas na transferência, ou seja, pode ocorrer semestralmente ou anualmente.
Do exterior para o Brasil
Para transferir um curso de medicina do exterior para o Brasil não é tão simples. Das 389 instituições brasileiras com curso de medicina, pouco mais de 100 aceitam esse tipo de ingresso no curso.
Quando há, o processo se torna mais complicado porque as IES brasileiras dão prioridade para estudantes de universidades do Brasil. Apesar disso, muitos estudantes optam pela transferência.
Confira 3 Universidades que aceitam transferência do exterior para o Brasil:
- Universidade Federal do Acre (UFAC)
- Universidade de Salvador (UNIFACS)
- Universidade Alto Vale do Rio do Peixe (UNIARP)
Revalida ou Transferência: qual a melhor opção?
Tanto o Revalida quanto à Transferência externa são processos difíceis. No entanto, diversos estudantes optam pela transferência pela possibilidade de aprovação. Isso porque a prova do Revalida tem taxas baixíssimas de aprovação. Na edição de 2023.1, por exemplo, dos 9.909 inscritos, apenas 1.223 profissionais foram aprovados na primeira etapa, de acordo com os dados analisados no Painel do Revalida pelo Melhores Escolas Médicas.
Dificuldade da prova
Além do nível de dificuldade da prova, o valor de inscrição pode ser um empecilho. Na primeira fase do exame, na edição 2024/1, os candidatos desembolsaram uma taxa de R$410,00. Na segunda etapa, o valor foi de R$4.106,09.
Já para a transferência, também é necessário passar por um processo seletivo que pode ser presencial ou online, de acordo com as regras e critérios de cada instituição.
