Tudo sobre residência em Medicina Intensiva: veja mais!

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Medicina Intensiva

Escrito por:

Karla Thyale Mota
Jornalista especialista em Educação Médica

A residência em medicina intensiva é uma área essencial e altamente desafiadora da medicina moderna, focada no atendimento de pacientes em estado grave, com múltiplas falências orgânicas ou em risco iminente de morte. Profissionais dessa área precisam de grande capacitação, resiliência e habilidades técnicas específicas, devido à complexidade e urgência das situações que enfrentam.

Com os avanços tecnológicos e a crescente necessidade de cuidados especializados, o intensivista se tornou um especialista indispensável nas unidades de terapia intensiva (UTI), sendo responsável por uma vasta gama de intervenções, desde procedimentos cirúrgicos complexos até o acompanhamento contínuo de pacientes críticos.

Essa especialidade é crucial para a manutenção da vida de indivíduos em condições extremas, como após traumas graves, cirurgias de alto risco ou complicações severas de doenças. 

Breve histórico

A medicina intensiva, como campo específico da medicina, surgiu na segunda metade do século XX, impulsionada pelos avanços na tecnologia médica e pela necessidade de um cuidado especializado para pacientes gravemente enfermos.

O primeiro passo foi a criação das Unidades de Terapia Intensiva (UTI), que visavam concentrar os pacientes mais críticos em ambientes com tecnologia avançada e equipe especializada.

Desde então, a medicina intensiva se desenvolveu rapidamente, acompanhando a evolução das terapias e do manejo dos cuidados intensivos, principalmente durante situações de falência orgânica múltipla.

Importância da medicina intensiva na medicina

A medicina intensiva desempenha um papel vital na medicina moderna. Ela é responsável por fornecer cuidados contínuos e especializados a pacientes que enfrentam condições extremamente graves, muitas vezes em risco de morte iminente.

O intensivista não apenas gerencia intervenções complexas, mas também coordena uma equipe multidisciplinar composta por enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, entre outros profissionais.

A atuação desse especialista é essencial para a sobrevivência de pacientes com graves disfunções orgânicas, sendo, portanto, um pilar fundamental dentro dos hospitais e centros médicos.

O que faz o especialista em medicina intensiva?

O médico intensivista é o profissional responsável pela condução e gestão do tratamento dos pacientes em estado crítico. Ele lidera a equipe de saúde nas UTIs, realizando diagnósticos rápidos e precisos, ajustando terapias e coordenando o tratamento de doenças graves. Suas principais funções incluem:

  • Intervenções de emergência: como intubação endotraqueal, ventilação mecânica, cateterização arterial e venosa central, além de realizar procedimentos como traqueostomia, inserção de drenos torácicos e balão intra-aórtico.
  • Monitoramento contínuo: o intensivista acompanha de perto a evolução do quadro clínico dos pacientes, utilizando tecnologias avançadas para monitoramento de sinais vitais e de funções orgânicas.
  • Tomada de decisões rápidas: a natureza do trabalho exige decisões rápidas, principalmente em situações de risco iminente de vida. O intensivista deve ser capaz de interpretar rapidamente dados clínicos e ajustar o tratamento conforme necessário.
  • Gestão de cuidados paliativos e finais de vida: além de cuidar dos pacientes em potencial recuperação, o intensivista também é responsável por tomar decisões em situações onde a recuperação não é possível, respeitando o desejo do paciente e de sua família.

Rotina da medicina intensiva

A rotina de um médico intensivista é intensa e cheia de desafios. No cotidiano da UTI, os médicos têm que lidar com uma grande variedade de casos, que podem mudar drasticamente em questão de horas. O trabalho é frequentemente realizado em plantões, que podem ser de 12, 24 ou 36 horas. Durante esse período, o intensivista deve:

  • Realizar rodadas de visitas aos pacientes internados na UTI, revisando casos e ajustando planos de tratamento.
  • Monitorar a resposta dos pacientes às terapias e intervir em tempo hábil, se necessário.
  • Trabalhar com a equipe de enfermagem, fisioterapeutas, nutricionistas e outros especialistas para garantir que todas as necessidades do paciente sejam atendidas.
  • Manter uma comunicação constante com os familiares dos pacientes, explicando a situação e discutindo as melhores opções de tratamento.
O médico intensivista lidera a equipe de saúde nas UTIs, realizando diagnósticos rápidos e precisos, ajustando terapias e coordenando o tratamento de doenças graves.

As principais dificuldades enfrentadas no dia a dia incluem o elevado nível de estresse, a pressão para tomar decisões rápidas, a sobrecarga de trabalho e a necessidade de lidar com a morte de pacientes em muitos casos.

Residência em medicina intensiva

Acesso direto ou pré-requisito

Para se tornar um médico intensivista, é necessário passar por uma residência médica em medicina intensiva, que pode ser realizada com ou sem pré-requisito, dependendo das regras vigentes.

A partir de 2021, a medicina intensiva foi aprovada como uma especialidade com acesso direto, o que significa que médicos recém-formados em medicina podem ingressar diretamente no programa de residência.

Entretanto, também é possível ingressar em programas de residência após a conclusão de uma especialidade prévia, como clínica médica, pediatria, cirurgia ou anestesiologia.

Duração da residência

A residência médica em medicina intensiva tem uma duração variável de 2 a 3 anos, dependendo das normas do programa. Durante esse período, os residentes são treinados em uma ampla gama de habilidades, incluindo técnicas de ressuscitação, controle de doenças agudas e falência orgânica múltipla, além de aprenderem a gerenciar a UTI e a trabalhar em equipe com outros profissionais da saúde.

Concorrência por vaga

A residência em medicina intensiva é altamente competitiva, especialmente nas grandes cidades e nas melhores instituições de ensino. A demanda por médicos intensivistas têm crescido nos últimos anos, tornando as vagas disputadas por médicos recém-formados.

Principais residências

Entre as principais instituições que oferecem programas de residência em medicina intensiva, destacam-se grandes hospitais universitários e centros de referência em tratamento de pacientes graves. Esses programas são bastante estruturados e oferecem treinamento de alta qualidade.

Remuneração do médico intensivista

A remuneração de um médico intensivista varia conforme a experiência, a região em que trabalha e a carga horária realizada. De acordo com dados atualizados do Portal Salário, a remuneração para Intensivista pode variar entre o piso salarial mínimo de R$ 10.140,70 e o teto salarial de R$ 19.255,97, dependendo do segmento da empresa, localidade, formação, experiência na função e política de cargos e salários da empresa.

A maioria dos médicos trabalham como CLT ou PJ?

A maioria dos intensivistas trabalha no modelo de CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) ou como PJ (Pessoa Jurídica), sendo a opção PJ mais comum em hospitais privados. Os médicos intensivistas também podem optar por plantões, o que pode aumentar significativamente sua remuneração.

Conselhos para quem quer ser especialista em medicina intensiva

  1. Prepare-se para a intensidade: A medicina intensiva exige grande resistência emocional e física, pois os pacientes atendidos estão em situações extremas. O trabalho pode ser estressante, mas também é altamente gratificante.
  2. Invista em treinamento contínuo: A área de medicina intensiva está em constante evolução, com novas tecnologias e terapias sendo introduzidas regularmente. É fundamental manter-se atualizado e buscar sempre aprimorar suas habilidades.
  3. Trabalhe bem em equipe: Como intensivista, você será parte de uma equipe multidisciplinar. Saber trabalhar de forma colaborativa é essencial para o sucesso do tratamento dos pacientes e para um ambiente de trabalho saudável.

A medicina intensiva é uma especialidade de grande responsabilidade, mas também de enorme importância para o sistema de saúde. Para aqueles que buscam um desafio diário e a oportunidade de fazer a diferença na vida de pacientes em estado crítico, essa pode ser a escolha certa.

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