Atualmente, cinquenta médicos de Angola participam de um programa de formação liderado pela Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp. O programa tem duração de 5 meses e tem como objetivo capacitar os médicos angolanos a atuarem nas Unidades Básicas de Saúde do Brasil em medicina geral e familiar.
O projeto é uma parceria entre os Ministérios da Saúde do Brasil e da Angola, e a Secretaria de Saúde de Campinas. O objetivo principal é fortalecer a atenção primária no país africano. Para isso, os médicos atuarão em 25 unidades básicas de saúde (UBS) locais.
Onde e como serão as capacitações?
De acordo com o site oficial da Unicamp, os unidades básicas de Campinas selecionadas para o programa de capacitação foram: Rosália, Santa Bárbara, San Martin, Cássio, San Diego, Nova América, Campo Belo, Oziel, 31 de Março, São Quirino, Conceição, Carlos Gomes, Santa Odila, Sousas, Esmeraldina, São Vicente, Rossin, Lisa, Bassoli, Campina Grande, Santo Antônio, DIC I, DIC VI, São Cristóvão e Tancredão.
Os médicos angolanos serão acompanhados, em cada CS, por dois profissionais das unidades escolhidas, entre médicos e enfermeiros. Haverá ainda telepreceptoria, ou seja, uso de telemedicina para supervisão e orientação destes profissionais nas unidades.
Novo enfoque na cooperação bilateral
A capacitação marca uma nova fase na cooperação de quase 20 anos entre Unicamp e Angola. Anteriormente, o convênio focava em especializações hospitalares. “Essa é a primeira vez que recebemos médicos para atuar na medicina de família e comunidade diretamente nas unidades básicas“, destaca o professor Rubens Bredikow, coordenador de extensão da FCM.
Além disso, a formação combina práticas nas UBS durante a semana com discussões teóricas na Unicamp. A estrutura promove uma rica troca de experiências sobre os sistemas de saúde dos dois países.
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Aprendizado e transformação: A perspectiva angolana
Do lado dos participantes, os médicos angolanos veem no programa uma valiosa oportunidade de aprendizado. Eles também buscam transformação. “Viemos para uma troca de experiências. O Brasil tem um modelo mais avançado de medicina comunitária. Por isso, queremos aprender como está estruturada essa atuação“, afirma Maria Antônia Kahala, uma das médicas.
De forma complementar, Edgar Sanhangala ressalta a intenção de “aplicar o que aprendermos para mudar o sistema de saúde [em Angola]”. Segundo ele, o foco é, especialmente, no combate a doenças preveníveis. Vale notar ainda que, ao retornarem, os profissionais cumprirão dez anos de serviço no sistema público angolano.
Para a Unicamp, o projeto exemplifica o papel crucial da extensão universitária, pois ela atua na transformação social e no intercâmbio de conhecimento. Nesse sentido, o professor Bredikow enfatiza o aprendizado mútuo. Ele também destaca a intenção de dar continuidade à iniciativa em novos ciclos. Dessa forma, busca-se reforçar os laços e, consequentemente, o desenvolvimento da saúde pública em Angola e no Brasil.
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