O cantor e compositor Arlindo Cruz faleceu nesta sexta-feira (8), no Hospital Barra D’Or, no Rio de Janeiro. Arlindo tinha 66 anos e vinha enfrentando um quadro de saúde delicado em decorrência das complicações respiratórias causadas por pneumonia, agravadas pelos efeitos de um AVC hemorrágico que sofreu há 8 anos.
A causa da morte de Arlindo Cruz foi justamente essa combinação de problemas, que se agravaram ao longo dos anos desde o acidente.
Em 17 de março de 2017, o cantor sofreu um acidente vascular cerebral hemorrágico. O evento ocorreu em sua casa, e desde então o artista enfrentou um longo e difícil processo de recuperação
O AVC deixou Arlindo com metade do corpo paralizado. Além disso o cantor teve perda de peso significativa, necessidade de alimentação por sonda e diversas internações no hospital, incluindo um período prolongado de mais de um ano. Além disso, ele teve múltiplos episódios de pneumonia que agravaram seu estado respiratório, exigindo internações frequentes e cuidados intensivos.
Também passou por procedimentos como traqueostomia e gastrostomia, essenciais para manter suas funções vitais, mas que evidenciam a gravidade de seu quadro clínico. Essas doenças contribuíram significativamente para o desgaste progressivo de sua saúde até sua morte.
Tudo isso, mesmo diante de tanto sofrimento, não impediu que sua família, em especial sua esposa Babi Cruz, destacasse sua força: “Se fosse pela conta que vocês fazem da morte do Arlindo, ele teria morrido 100 vezes. Inferno! Ele não morreu!”, escreveu ela em 2025.

O que é um AVC hemorrágico?
Acidente vascular cerebral hemorrágico ocorre quando um vaso sanguíneo no cérebro se rompe, provocando sangramento local. Esse tipo de AVC é frequentemente causado por hipertensão arterial não controlada, além de hábitos como tabagismo.
Sintomas e consequências
- Sintomas comuns incluem hemiparesia (fraqueza de um lado do corpo), alterações na fala, visão, memória, além de náuseas intensas, dor de cabeça súbita, vômitos, inchaço cerebral e aumento da pressão intracraniana.
- Em casos graves, pode levar à perda de consciência, coma ou morte.
- Sequelas permanentes são comuns, especialmente motoras (fraqueza, espasticidade) e cognitivas, com efeitos na mobilidade, linguagem e independência funcional.
Como o AVC é diagnosticado?
Primeiramente, o diagnóstico do AVC hemorrágico começa pela identificação de sintomas súbitos, como dor de cabeça intensa, perda de força em um lado do corpo, dificuldade para falar, náuseas e alterações na consciência. Esses sinais indicam uma possível ruptura de vaso sanguíneo no cérebro e exigem atendimento médico imediato.
No hospital, o diagnóstico é confirmado por exames de imagem, principalmente a tomografia computadorizada, que detecta rapidamente o sangramento. Em alguns casos, a ressonância magnética e a angiografia cerebral ajudam a localizar a área afetada e a origem da hemorragia, orientando o tratamento de forma precisa.
Continue lendo:
Radar Hospitalar: o papel do diagnóstico na gestão da saúde
Como funciona um plantão médico?
A vida de Arlindo Cruz
Arlindo Cruz nasceu no Rio de Janeiro, em 14 de setembro de 1958, e cresceu em Madureira, berço do samba carioca, onde desenvolveu seu talento para o cavaquinho e a composição. Posteriormente, Arlindo integrou o grupo Fundo de Quintal, ao lado de grandes nomes do gênero, e construiu uma sólida carreira solo, tornando-se um dos maiores compositores e intérpretes do samba e do pagode.
Autor de centenas de canções gravadas por artistas consagrados, combinava poesia, crítica social e celebração da vida em suas letras. Com carisma e generosidade, foi figura central na preservação e renovação do samba, deixando um legado cultural que atravessa gerações.
Confira as últimas notícias sobre o mundo da medicina:
- Quais podem ser as consequências da nova moratória?por Edgar Jacobs
- Transplante de fígado com câncer: entenda o caso raro que levantou alerta em São Paulopor Jornalista Karla Thyale
- Pneumonia: sintomas, causas, tratamento e como prevenir a doençapor Jornalista Karla Thyale
- Resumo de Pneumonia: Epidemiologia, Fisiopatologia, Manifestações Clínicas, Diagnóstico e Mais!por Dra. Olyvia Spontan