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Esclerose Múltipla: Entenda a doença que afeta jovens e adultos

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Doença autoimune que afeta o sistema nervoso central, a Esclerose Múltipla exige diagnóstico precoce e acesso a tratamento para garantir qualidade de vida.

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A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença neurológica crônica que afeta principalmente jovens adultos, muitas vezes no auge da vida produtiva. Ela interfere diretamente no funcionamento do sistema nervoso central e, apesar de ainda não ter cura, pode ser controlada com diagnóstico precoce e tratamento adequado.

O que é a Esclerose Múltipla?

A Esclerose Múltipla é uma doença autoimune que faz o próprio sistema imunológico atacar a bainha de mielina, uma camada protetora que envolve os neurônios. Como resultado, a comunicação entre o cérebro e o restante do corpo se torna lenta, falha ou até mesmo interrompida.

Diferentemente de outras doenças neurológicas, como o Parkinson ou o Alzheimer, a EM não causa degeneração cerebral direta, mas sim lesões inflamatórias que podem surgir em diferentes partes do sistema nervoso central, de forma imprevisível. Por isso, os sintomas podem variar bastante de pessoa para pessoa.

Dados e estatísticas

De acordo com a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM), mais de 40 mil pessoas vivem com a doença no Brasil. A maior parte dos diagnósticos ocorre entre os 20 e 40 anos de idade, com as mulheres, em sua maioria, sendo mais afetadas que os homens.

Um estudo conduzido por especialistas, publicado no Brazilian Journal of Health Review, analisou os dados públicos do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DataSUS) sobre internações por Esclerose Múltipla no Brasil, no período de 2012 a 2022. Ao longo desses dez anos, foram registrados 41.173 casos de internação relacionados à doença.

O ano com mais internações foi 2022, com 7.296 casos (17,8% do total). Já o menor número foi em 2013, com 1.793 casos (4,3%). Os dados mostram um crescimento gradual nas internações ao longo da década.

Internações por região:

Causas e fatores de risco

Até o momento, a causa exata da Esclerose Múltipla ainda não é conhecida. No entanto, os especialistas acreditam que diversos fatores podem contribuir para o seu desenvolvimento. 

Entre os principais fatores de risco, destacam-se:

  • Infecções virais na infância ou adolescência, como o vírus Epstein-Barr;
  • Baixos níveis de vitamina D;
  • Tabagismo;
  • Exposição a certos agentes ambientais;

Sintomas mais comuns

A Esclerose Múltipla se manifesta de forma diferente em cada paciente, mas alguns sintomas são bastante frequentes, como:

  • Fraqueza muscular e dificuldade de locomoção, especialmente em uma ou ambas as pernas;
  • Fadiga intensa, que não melhora com o descanso;
  • Alterações visuais, como visão turva, dor ocular ou perda temporária da visão (neurite óptica);
  • Formigamento ou dormência nos braços, pernas ou rosto;
  • Dificuldades cognitivas, como problemas de memória e concentração.

Esses sintomas podem aparecer em surtos, com períodos de melhora e piora.

Diagnóstico

O diagnóstico da EM exige uma investigação cuidadosa, pois não há um exame único e definitivo. O neurologista avalia o histórico clínico, sintomas e realiza exames como a ressonância magnética, que detecta lesões no cérebro e medula espinhal. Em alguns casos, o médico também solicita uma punção lombar para analisar o líquido cefalorraquidiano.

Geralmente, o diagnóstico pode levar meses ou até anos, especialmente se os sintomas forem leves ou intermitentes. Por isso, quanto mais cedo o paciente procurar ajuda médica, maiores são as chances de iniciar o tratamento correto e preservar a qualidade de vida.

A ressonância magnética é fundamental para diagnosticar a Esclerose Múltipla precocemente e iniciar o tratamento no momento certo.

Tratamento da Esclerose Múltipla no SUS

O SUS dispõe de uma Política Nacional de Atenção ao Portador de Doença Neurológica, que garante atendimento a pacientes com esclerose múltipla e outras enfermidades do sistema nervoso central. A rede pública oferece 44 procedimentos, entre clínicos e reabilitacionais, de forma completa e gratuita.

O SUS dispõe de um conjunto específico de medicamentos para o tratamento da esclerose múltipla por meio do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (CEAF). Pacientes habilitados conforme os critérios clínicos e as diretrizes terapêuticas do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) têm acesso integral aos tratamentos farmacológicos.

Qualidade de vida e convivência com a doença

Viver com EM não significa abrir mão dos sonhos e da autonomia. Com o apoio adequado, muitas pessoas conseguem estudar, trabalhar e manter uma vida ativa. O acompanhamento multidisciplinar, que inclui profissionais como neurologistas, fisioterapeutas, psicólogos e terapeutas ocupacionais, faz toda a diferença.

Além disso, adaptar a rotina, respeitar os limites do corpo e buscar apoio emocional ajudam no bem-estar diário. Histórias de superação são comuns e mostram que, com informação e tratamento, é possível levar uma vida plena.

Conscientização e combate ao preconceito

Infelizmente, o estigma e a desinformação ainda cercam a Esclerose Múltipla. Muitas pessoas acreditam, erroneamente, que se trata de uma condição incapacitante desde o início, o que nem sempre é verdade.

Para combater o preconceito, é essencial falar sobre o tema, divulgar informações corretas e apoiar campanhas de conscientização. Uma dessas iniciativas é o Agosto Laranja, que busca informar a população e dar visibilidade às pessoas que convivem com a doença.

O que é o Agosto Laranja?

O Agosto Laranja é o mês dedicado à conscientização sobre a Esclerose Múltipla, doença autoimune que afeta principalmente jovens adultos. Criado em 2014 pela associação Amigos Múltiplos pela Esclerose (AME), o movimento tem como objetivo informar, combater preconceitos e incentivar o diagnóstico precoce. Além disso, busca promover mais acolhimento, respeito e qualidade de vida para quem convive com a doença.

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A informação é o primeiro passo para o cuidado e também uma das principais ferramentas contra o preconceito. Quando compreendemos o que é a Esclerose Múltipla, somos capazes de acolher com mais empatia, respeitar os desafios enfrentados pelos pacientes e quebrar os estigmas que ainda cercam a doença.

Mais do que isso, promover o conhecimento é uma forma concreta de ampliar o acesso ao diagnóstico precoce, incentivar o tratamento adequado e melhorar a qualidade de vida de milhares de pessoas. Falar sobre Esclerose Múltipla é cuidar de todos nós.

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