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Faculdade Sírio-Libanês prepara estudantes de medicina com prática em hospital do SUS

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A primeira turma da graduação médica terá atividades práticas no Hospital Regional Rota dos Bandeirantes, unidade pública projetada para ensino e alta complexidade.

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A primeira turma de Medicina da Faculdade Sírio-Libanês terá, a partir de 2025, vivência prática no SUS. Os cem estudantes do curso recém-criado farão parte das atividades práticas no Hospital Regional Rota dos Bandeirantes, em Barueri (SP) , um hospital público concebido desde o início para ser uma referência em ensino e alta complexidade. A informação foi confirmada pela assessoria do Sírio Libanês ao portal Melhores Escolas Médicas.

Segundo o Instituto de Responsabilidade Social Sírio Libanês (IRSSL), responsável pela gestão da unidade, o objetivo é aproximar os estudantes da realidade da saúde pública brasileira e garantir uma formação médica completa, com experiências que vãao além da rede privada.

“Desde o início, os alunos estarão em contato com os pacientes, participando de discussões clínicas e compreendendo a gestão hospitalar. Também poderão atuar em outras unidades sob gestão do IRSSL, que vão desde a atenção básica até hospitais de alta complexidade”, explica Fernando Ganem.

Primeira turma terá atividades práticas no Hospital Regional Rota dos Bandeirantes

A graduação em Medicina da Faculdade Sírio-Libanês começou no segundo semestre de 2025. A partir de 2026, os estudantes terão contato realizando atendiemento no SUS e ns Unidades Básicas de Saúde (UBS’s), ambulaatórios e no novo hospital estadual.

O Rota Bandeirantes foi projeto para ser referência em ensino e alta complexidade. A parceria entre o Governo do Estado de São Paulo e o IRSSL prevê que a unidade se torne um polo de formação médica e atender 1,82 milhão de habitantes em sete municípios da região.

O hospital já opera com 176 leitos, sendo 40 de UTI, e oferece serviços como pronto-socorro, internação e centro cirúrgico. Até junho de 2026, deve alcançar pleno funcionamento, com 356 leitos, oito salas cirúrgicas e equipamentos de ponta, como tomografia, ressonância magnética e acelerador linear para radioterapia.

Direção do MEC garante acesso dos alunos à rede público

A integração da faculdade Sírio-Libanês prática SUS segue uma exigência do Ministério da Educação (MEC): todo curso de Medicina deve garantir cinco leitos do SUS por aluno matriculado e destinar ao menos 30% do internato etapa prática dos dois últimos anos da graduação a unidades públicas de saúde.

A diretriz visa garantir que os futuros médicos vivenciem, na prática, os desafios e as demandas da saúde pública brasileira, fortalecendo a formação médica no SUS como parte obrigatória do currículo.

Essa vivência é considerada essencial para o aprendizado clínico, como explica o diretor de ensino e pesquisa do Sírio-Libanês, Luiz Fernando Reis.“Não consigo formar um bom médico se ele viver apenas dentro da realidade da medicina praticada em um hospital da rede suplementar. Esse médico não verá as doenças mais prevalentes no SUS”, afirma Reis ao Estadão.

O diretor destaca que patologias parasitárias, dermatológicas e tumores avançados, por exemplo, são menos comuns na rede privada, mas frequentes no sistema público. Além disso, o acesso a medicamentos e recursos terapêuticos também varia e o futuro médico precisa saber adaptar protocolos a diferentes contextos.

“Nosso compromisso não é formar médicos para o Sírio-Libanês, e sim médicos para o País. A maior demanda está no SUS, que atende 75% da população brasileira”, reforça.

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Estrutura e fases de implantação do hospital de ensino para formação médica no SUS

Foto: Tiago Queiroz

O Hospital Regional Rota dos Bandeirantes é um marco na parceria entre o setor público de privado com a educação médica. Com investimento de R$264 milhões, o complexo será inaugurado por etapas.

A primeira fase incluiu os serviços de pronto-socorro e internação; a segunda, iniciada em agosto, trouxe a cardiologia. Já a terceira, prevista para dezembro, adicionará a oncologia e o hospital-dia, com 20 leitos para procedimentos de baixa complexidade.

A unidade foi concebida desde o início do ensino contando com salas de aula de integradas à estrutura hospitalar, o que permitirá a observação direta de casos clínicos e a discurssão supervisionadas entre professores e alunos.

Segundo Reis, o hospital será “crítico” na formação médica. Ele explica que os estudantes terão contato com diferentes realidades epidemiológicas e recursos assitenciais, aprendendo tanto sobre a medicina de alta tecnologia quanto práticas adaptadas à rede pública.

Benefícios da formação médica no SUS para alunos e pacientes

Os ganhos da formação médica no SUS são mútuos, tanto para os alunos quanto para os pacientes. Durante os dois primeiros anos, os estudantes terão contato direto com a realidade da rede pública, aprendendo sobre a relação médico-paciente, funcionamento do sistema de saúde e discussões de casos clínicos supervisionadas.

“Existe uma falsa ideia de que hospitais com mais médicos residentes ou alunos expõem o paciente a risco. Na verdade, estudos mostram que hospitais de ensino têm melhores desfechos clínicos”, ressalta Reis.

Os alunos do ciclo básica começarão com atividades de observação e estudo de caso, aprendendo sobre a relaação médico-paciente e o sistema de saúde público. Com o tempo, passam a atuar no atendimento supervisionado, sempre acompanhados por professores e profissionais da rede.

Integração da rede privada com o SUS e intercâmbio de profissionais.

O Sírio-Libanês já possui ampla atuação no sistema público. Além do Rota dos Bandeirantes, administra seis hospitais do SUS, ambulatórios e serviços de reabilitação. Hoje, a instituição gerencia 1.543 leitos na rede pública, número superior ao de leitos privados (689).

Entre as unidades sob sua gestão estão o Hospital Municipal Infantil Menino Jesus, o Hospital da Vila Penteado e o Hospital Geral do Grajaú, todos em São Paulo.

O intercâmbio de profissionais entre as redes também é um diferencial. O coordenador de oncologia do Rota dos Bandeirantes, por exemplo, é um médico do Sírio-Libanês com experiência em pesquisa clínica, fortalecendo a troca de conhecimento e tecnologia entre os sistemas.

Para o portal Melhores Escolas Médicas (MEM), o projeto reforça uma tendência importante: unir formação médica de excelência e compromisso social. A prática no SUS prepara o estudante para lidar com as diferentes realidades da saúde brasileira e amplia sua capacidade de atuação.

Mais do que um requisito do MEC, a experiência no sistema público representa um aprendizado humano e técnico fundamental para o futuro da medicina no país.

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