O ministro da Educação, Camilo Santana, anunciou a criação de duas novas plataformas digitais que buscam apoiar os estudantes na preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e, ao mesmo tempo, incentivar a leitura no Brasil. As iniciativas foram apresentadas durante entrevista ao programa Bom Dia, Ministro.
A primeira novidade é o MEC Enem, ferramenta que permitirá ao aluno estudar de forma mais prática para a prova. Além disso, a plataforma oferecerá recursos como a elaboração de redações, que serão corrigidas automaticamente pelo sistema. Para Santana, esse diferencial será um estímulo importante para os jovens que sonham com o ingresso no ensino superior.
Já a segunda iniciativa é o MEC Livros, voltada especificamente para estimular a leitura. O anúncio ocorre em um cenário preocupante: de acordo com a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, divulgada em novembro do ano passado pela Câmara Brasileira do Livro, o país perdeu cerca de 7 milhões de leitores em quatro anos. Pela primeira vez na série histórica do levantamento, a proporção de não leitores superou a de leitores.
Segundo o ministro, a plataforma funcionará como uma biblioteca digital acessível em diversos espaços públicos. “Será possível, por exemplo, acessar o acervo por meio de QR Codes em pontos de ônibus ou postos de saúde. Queremos incentivar que os brasileiros utilizem mais o tempo livre para ler, seja em formato digital ou em papel”, explicou. Ele ressaltou ainda que a proposta começa na alfabetização, com a criação de cantinhos de leitura nas escolas, mas também se estende para todas as idades.
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Compromisso com a alfabetização
Ao ser questionado sobre a alfabetização de crianças e as desigualdades regionais nesse processo, Santana reafirmou que essa é uma das prioridades do Governo Federal. Nesse sentido, lembrou que uma das primeiras medidas de sua gestão foi o lançamento do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, programa que busca garantir que os alunos aprendam a ler e escrever na idade adequada.
Para o ministro, quando esse aprendizado não ocorre, há reflexos em toda a trajetória escolar, aumentando a reprovação, a distorção idade-série e até o abandono. “O Brasil é um país diverso, e por isso precisamos de uma política nacional que considere as diferenças regionais”, enfatizou.
Metas e investimentos
Santana destacou que o programa trabalha com metas definidas em conjunto com estados e municípios. Ele ressaltou também que, pela primeira vez, o país realiza uma avaliação censitária detalhada por aluno, escola e município. Assim, é possível identificar onde estão os maiores desafios e direcionar melhor os investimentos.
De acordo com o ministro, já foram destinados R$ 1,4 bilhão ao programa, incluindo formação de professores, produção de materiais didáticos, criação de cantinhos da leitura e distribuição de livros. Atualmente, mais de 7.300 alfabetizadores já foram capacitados para atuar nessa rede.
Avanços e estratégia
Outro ponto destacado foi a evolução nos índices de alfabetização. Em 2022, apenas 36% das crianças estavam alfabetizadas na idade certa. Entretanto, em 2023, o percentual saltou para 56%. A meta estipulada para o período era de 60%, e o resultado alcançado ficou em 59,2%. Segundo Santana, a queda no Rio Grande do Sul, provocada pelas enchentes, impactou o resultado final.
Apesar disso, o ministro reforçou que o objetivo até 2030 é ampliar ainda mais os índices. Para ele, o Compromisso Nacional Criança Alfabetizada é uma das políticas mais relevantes da atual gestão, pois garante condições de aprendizagem adequadas e fortalece o futuro da educação brasileira.
