O Ministério da Saúde passou a disponibilizar, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o teste de HPV (DNA-HPV), tecnologia que permite identificar precocemente a presença do vírus responsável pelo câncer do colo do útero.
A novidade chega como alternativa ao tradicional exame papanicolau, conhecido popularmente, que continuará sendo usado para confirmação em casos positivos no teste molecular.
Ofertada inicialmente em 12 estados, a nova tecnologia 100% nacional promete revolucionar o diagnóstico precoce do papilomavírus humano (HPV). O exame é capaz de detectar 14 genótipos do vírus, identificando sua presença no organismo antes mesmo do surgimento de lesões ou do desenvolvimento de câncer em estágios iniciais.
Como ter acesso ao teste
O exame está disponível inicialmente em municípios de estados selecionados, incluindo Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Ceará, Bahia, Pará, Rondônia, Goiás, Rio Grande do Sul, Paraná, Pernambuco e Distrito Federal. A recomendação é que mulheres entre 25 e 64 anos procurem as unidades de saúde da rede pública para agendar a coleta.
A coleta do DNA-HPV é realizada de forma semelhante ao papanicolau: durante a consulta ginecológica, é recolhida uma amostra da secreção do colo do útero, que é enviada ao laboratório para análise molecular. Caso o resultado seja positivo, a paciente é encaminhada para exames complementares, como colposcopia e biópsia, garantindo acompanhamento completo.
O que é o papanicolau?
O papanicolau, também chamado de exame de lâmina, é um exame tradicional que coleta células do colo do útero para detectar alterações que podem indicar a presença de câncer ou lesões precursoras. Ele é fundamental para rastrear a doença e prevenir complicações, mas o teste de DNA-HPV oferece maior sensibilidade e permite intervalos maiores entre exames quando os resultados são negativos.
O que é o HPV e quais são os riscos?
O papilomavírus humano (HPV) é uma infecção sexualmente transmissível que pode causar lesões no colo do útero. Alguns tipos de HPV podem estar relacionados ao desenvolvimento de câncer do colo do útero, uma das principais causas de morte por câncer entre mulheres no Brasil, com estimativa de 17 mil novos casos por ano no período de 2023-2025.
O teste de HPV permite identificar a infecção antes do surgimento de sintomas ou lesões, aumentando a chance de prevenção e tratamento precoce. Por isso, especialistas reforçam a importância de aderir ao rastreamento regularmente, mesmo que a mulher não apresente sinais da doença.
Benefícios do novo teste
Além de ser mais sensível, o teste de HPV no SUS oferece rastreamento mais abrangente, incluindo regiões remotas, e reduz a necessidade de intervenções desnecessárias. A tecnologia permite aumentar os intervalos entre exames para até cinco anos em casos de resultados negativos, promovendo eficiência no acompanhamento e economia de recursos de saúde.
A iniciativa faz parte do programa Agora Tem Especialistas, do Ministério da Saúde, que tem como foco ampliar o acesso a tratamentos precoces e reduzir o tempo de espera por atendimento especializado no SUS. A oncologia está entre as áreas prioritárias da estratégia.
“Estamos aproveitando a infraestrutura criada durante a pandemia para os testes de biologia molecular. Essa estrutura agora será utilizada para o diagnóstico do HPV, permitindo reduzir o tempo de espera e iniciar o tratamento o mais rápido possível”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, durante o lançamento da iniciativa no Hospital da Mulher, em Recife (PE).
