Nanopartículas: A tecnologia na saúde que está evoluindo
As infecções bacterianas são um grave problema de saúde global. Em suma, afetam desde a expectativa de vida até a produção de alimentos, segundo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS). Pensando em soluções terapêuticas mais eficazes para infecções bacterianas oculares, pesquisadores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP desenvolvem estudos com nanopartículas à base de lipídios carregadas com antibióticos. Embora as partículas seja de pequeno porte, menores que 500 nanômetros (o equivalente a 5 centímetros divididos por cem mil), são capazes de levar um medicamento pelo organismo até o local da infecção.
Embora atualmente existam tipos de nanopartículas difundidas no mercado, usadas em medicamentos com diferentes vias de administração, como oral e oftalmológica. O objetivo é tratar doenças infecciosas, bacterianas e cardiovasculares, inflamações crônicas, transtornos neurológicos e até mesmo câncer. O intuito dos cientistas da USP é melhorar a ação desses fármacos através das vantagens proporcionadas pelo uso das LBNs, como a maior velocidade de absorção do medicamento pelo organismo. Tendo o objetivo de tratar infecções nos olhos causadas por bactérias.
A pesquisadora Mirla Bazan Henostroza, doutoranda no Programa de Fármacos e Medicamentos da FCF, explica ao Jornal da USP que existem vários tipos de nanopartículas: elas podem ser dispersas em meio aquoso orgânico (como no caso de sistemas lipídicos — LBNs — e poliméricos), inorgânicos (como em nanopartículas metálicas) ou híbridos.
Como a tecnologia pode revolucionar a área da saúde
Antes de iniciar sua pesquisa de doutorado, Mirla realizou um levantamento dos estudos publicados nos últimos seis anos que mostram o aprimoramento da atividade antimicrobiana desses nanocarreadores em testes in vitro e in vivo. Em suma, o objetivo era compreender os últimos avanços do uso dessa tecnologia antes de iniciar sua tese.
“O levantamento mostrou que antibióticos nanoestruturados em sistemas lipídicos tiveram uma eficácia, no mínimo, duas vezes maior quando comparados ao antibiótico livre”, conta Mirla. “Nos resultados mais surpreendentes, houve uma melhora até 12 vezes maior na atividade antimicrobiana.”