Medicina como segunda opção é possível? Você termina o ensino médio, e chega o momento em que tem que decidir qual profissão você deseja seguir. Para algumas pessoas saber a profissão que quer exercer é automático, é decidido logo nos primeiros anos do ensino médio. Por outro lado existe o grupo dos indecisos, e os que sonhavam em fazer medicina, mas tinha a crença que não seria possível. Por algum motivo fizeram outra graduação, concluíram os estudos, e depois decidiram fazer medicina. A história do aprovado de hoje mostra que sim, medicina como segunda graduação é possível.
Você vai conhecer a história de Juliana Santos Teles, que se se formou em enfermagem, passou em concurso público e hoje faz medicina na Universidade Federal de Sergipe.
Medicina como segunda graduação é possível?
Para Juliana, medicina sempre foi sua primeira opção, no entanto na época que prestou vestibular não havia incentivos do governo para custear o curso em uma faculdade particular.
A possibilidade para ela era passar na federal do seu estado, e sabemos que o curso de medicina é bastante concorrido, principalmente nas universidades públicas.
Durante o ensino médio Juliana era bolsista em uma escola particular da sua cidade, apesar de ter boas notas e ser uma aluna disciplinada, quando o vestibular se aproximou, bateu a insegurança, que é bem comum para o vestibulando, principalmente para quem almeja medicina, e Juliana decidiu fazer enfermagem, o curso que mais se aproximava de sua paixão, medicina.
Juliana queria ter a experiência de conhecer a área da saúde e posteriormente tentar uma transferência interna de enfermagem para medicina. Esse foi seu “plano A”.
Primeira graduação
Passou em enfermagem aos 17 anos na Universidade Federal de Sergipe (UFS), e se encantou com o curso, concluiu a graduação em enfermagem.
Logo após a conclusão da sua primeira graduação, Juliana foi aprovada em um concurso público na área de enfermagem , mas o sonho de ser médica não morreu.
Juliana trabalhava em uma instituição de ensino, lidava com adolescentes, e olha só as voltas que o mundo dá. Para testar seus conhecimentos e entender melhor a rotina dos seus alunos, ela fazia provas do Enem como treineira.
Em um determinado momento, ela assistiu uma palestra de uma professora que falava sobre sonhos, isso despertou nela uma antiga fagulha de um sonho que estava adormecido: o de ser médica.
“Sonhos não acabam e não envelhecem, foi a frase que a professora falou que tocou meu coração, porém só fui tentar medicina dois anos depois que assisti essa palestra” contou Juliana.
Quebrando as crenças limitantes
Depois de ser inspirada por uma mentora, em meados de 2015 Juliana resolveu voltar a estudar e tentar o Enem de verdade, mesmo ser ter tanta preparação.
No entanto teve uma excelente pontuação. Sua nota era suficiente para passar em qualquer curso, exceto medicina, que sempre foi seu sonho.
Não foi daquele vez, mas tem Enem todo ano né? No ano seguinte, Juliana se organizou melhor para conciliar carga de trabalho como enfermeira que era exaustiva, e os estudos para passar em medicina.
Uma rotina que pesa bastante para quem quem já tem uma profissão, e outras responsabilidades para cumprir e ainda tentar uma segunda graduação em medicina. Difícil sim, impossível, não. Juliana é a prova viva que é possível.
O foco e vários alvos
Embora toda organização de Juliana para passar em medicina lá em 2015, a sua aprovação em medicina só aconteceu em 2020.
Nesse percurso Juliana passou em outras universidades pelo Brasil, federais e particulares, mas ela queria estudar em sua cidade natal, Aracaju. Continuou tentando vagas pelo Enem, e pela nota de corte do Sisu. Conseguiu vaga no campus Lagarto, da UFS, que fica a 80 km da capital do seu estado.
Como Juliana se preparou para passar em medicina?
Assim ela montou uma estratégia de estudos, a principio estudava disciplinas isoladas como química, física, e matemática. , porque tinha dificuldade e o formato já era diferente da época em que ela estudou no ensino médio.
Fez cursinho preparatório por 2 anos, e em 2019 decidiu mesclar os estudos, era monitora no cursinho (seu suporte) e estudava em casa também.
“Ser monitora no cursinho me ajudou muito, aprendi duas vezes, além de ajudar meu colegas, eu revia conteúdo, tirava dúvidas.
E em casa eu estudava por questões , por simulados, para ver onde estava errando, o que estava acertando, esse método fez grande diferença na minha evolução para o Enem.” afirmou Juliana.
Outro ponto que ajudou Juliana a passar em medicina, foi entender como funciona a Teoria de Resposta ao Item (TRI), o método de avaliação do Enem.
Vale ressaltar a importância do Sisu. Juliana conseguiu aprovação em várias universidades pelo Sisu, antes de conseguir entrar na faculdade de medicina que ela realmente queria.
Juliana ressalta a importância de quem está começando ou recomeçando a estudar, sobre a base teórica de conteúdo. “Não adianta ir para questões diretas se você não tiver a base do conteúdo. Eu mergulhei nessa base antes de resolver questões.”
Juliana tem um recado para você
“Se seu sonho pulsa no seu coração não desista, se você não enxerga fazendo mais nada além da sua profissão, continue, provas, vestibulares, fatores externos não são maiores que você, que sua capacidade e seu sonho.
Lembre que nem tudo é medicina, você precisa ter amigos, ver sua família, sair, se distrair, e a aprovação só chegou para mim quando eu soube minimamente dividir todas essas coisas.”
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